Em meio a estatísticas preocupantes do aumento de violência contra a mulher durante a pandemia do coronavírus – denúncias ao número 180 cresceram progressivamente até chegar ao patamar de 40% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos -, uma iniciativa que une a agência de comunicação F.biz e o Instituto Maria da Penha ganha ainda mais relevância.
Foi lançado, na esteira do 14º aniversário da Lei Maria da Penha , considerada pela ONU uma das mais avançadas no mundo na defesa do direito das mulheres, a plataforma 180 Play , cujo nome faz referência ao canal de denúncia, que reúne gratuitamente cenas de filmes, séries e novelas para conscientizar sobre as diferentes maneiras de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Pesquisa do Instituto Maria da Penha revela que 68% das mulheres admitem não ter conhecimento aprofundado da lei, que tipifica e diferencia a violência contra a mulher em cinco categorias: física, psicológica, patrimonial, moral e sexual. Por conta disso, a plataforma de streaming, que tem direitos autorais e classificação indicativa regulamentados e em conformidade com a legislação brasileira, ganhou o apoio institucional da ONU Mulheres Brasil; pois ajuda a tornar essas tipificações mais claras.
Recorte que causa impacto
A plataforma pode ser acessada aqui e conta com lançamentos recentes do cinema, como “O Homem Invisível” e produções clássicas como “...E o Vento Levou”. Outros filmes que têm cenas de violência contra a mulher destacados na plataforma são “Titanic”, “Pulp Fiction – Tempos de Violência”, “Custódia”, “Scarface”, “O Último Tango em Paris”, “Eu, Tonya”, “Tropa de Elite”, “O Lobo de Wall Street”, “Dormindo com o Inimigo”, entre tantos outros.
Assistir a essas cenas isoladamente potencializa a percepção da violência doméstica e tem um impacto maior na audiência, principalmente para quem já conhece os filmes. Certamente essa dinâmica, de sublinhar na ficção um comportamento abusivo, tem como finalidade ressoar mais junto ao público, seja ele masculino ou feminino.