Recentemente, a antropóloga Lilia Schwarcz se viu em meio a uma polêmica após ter escrito uma coluna para a Folha de S. Paulo comentando o álbum visual "Black is King" de Beyoncé. No texto, a pesquisadora fala que a cantora fez uma representação estereotipada sobre a África e o comentário não foi bem-visto. Após a repercussão negativa, a colunista se pronunciou no Instagram e pediu desculpas a quem se ofendeu.
Muitas pessoas que criticaram o fato de uma mulher branca estar analisando uma obra sobre negritude e resgate da ancestralidade preta e as redes sociais ficaram lotados de comentários negativos sobre Schwarcz. Em um primeiro post, a antropóloga disse que "faz parte da democracia discordar", mas ela voltou a falar sobre o assunto e se desculpou novamente.
A antropóloga falou que refletiu sobre as críticas que recebeu e conversou com pessoas sobre a repercussão da coluna. "Não deveria ter aceito o convite da Folha, a despeito de apreciar muito o trabalho de Beyoncé; seria melhor uma analista ou um analista negro estudiosos dos temas e questões que a cantora e o filme abordam", ela escreveu.
Schwarcz também disse que ao aceitar escrever a coluna, ela também concordou com o prazo curto que teria para tarefa, o que consequentemente permitiu menos reflexão. "Apesar da minha carreira na área, não se está imune à dimensão do racismo estrutural e da branquitude. Errei e peço desculpas aos feminismos negros e aos movimentos negros com os quais desenvolvi, julgo eu, uma relação como aliada da causa antirracista. Assumo a minha responsabilidade pelo artigo e não pretendo vencer qualquer discussão. Quando uma situação dessas se monta, todos perdem; tenho consciência", ela concluiu.