Mulheres têm mais medo de assédio no transporte público do que nas ruas em SP
Pesquisa aponta que 44% das paulistanas colocam o transporte coletivo como o local mais perigoso quando se trata de assédio; o medo começa antes mesmo de embarcar: pontos de ônibus foram citados por 4% das mulheres
Por iG Delas |
Em um país onde 22 milhões de mulheres registraram ter sido vítimas de algum tipo de assédio nos últimos 12 meses, o medo é um sentimento conhecido, quase familiar. No caso das paulistanas, para a maioria, essa sensação fica ainda mais intensa quando estão se deslocando para o trabalho, casa ou escola. O assédio no transporte público é temido por mais de quatro em cada dez mulheres.
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A informação é da pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência e a Rede Nossa São Paulo, divulgada nesta terça-feira (12). O levantamento mostra que 44% das entrevistadas acredita que o assédio no transporte público é maior do que na rua, em bares e casas noturnas ou no trabalho.
Ainda segundo o estudo, 38% das mulheres afirmaram já ter sofrido assédio dentro do transporte coletivo, o que aponta um aumento de 13 pontos percentuais em relação ao ano passado, quando a pesquisa também foi realizada.
No entanto, outros locais também não parecem seguros para elas. 23% das entrevistadas respondeu que a rua é o lugar mais perigoso, enquanto 11% indicou as baladas e bares como locais com maior chance de risco.
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O medo ainda pode começar antes mesmo de entrar no transporte, já que 4% colocou os pontos de ônibus como a opção mais insegura. 4% também foi o percentual de mulheres que afirmaram ser no ambiente familiar e quando utilizam o transporte particular, como Uber, Táxi, Cabify, EasyTaxi e 99. 3% apontou o trabalho como arriscado e 6% não soube responder ou não respondeu.
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Caso de assédio no transporte público chamou atenção
Em setembro de 2017, uma mulher foi vítima de assédio dentro de um ônibus na Avenida Paulista, e o caso chocou o país. Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, ejaculou em uma mulher dentro do veículo.
Ele chegou a ser preso e depois foi liberado porque o delegado havia entendido que o homem não teria ameaçado ou forçado a vítima, o que, segundo sua conclusão, não configurava o ato como estupro.
Dois dias depois ele foi pego novamente , após atacar uma nova mulher dentro de um ônibus na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, na região do Jardim Paulista, em São Paulo, e finalmente foi preso.
A repercussão do caso de assédio no transporte público chegou ao Congresso Nacional que colocou em vigor a lei de importunação sexual, que prevê de um a cinco anos de prisão para quem pratica uma ação como essa - e que antes saía ileso da delegacia.