Aprender a se aceitar e aceitar o próprio corpo é um processo longo e difícil para a maioria das mulheres. A fim de promover aceitação corporal, a artista escocesa Emma Low cria vasos com seios de diferentes formas, imitando os vários tipos de corpos femininos.
Mais do que só aceitação corporal , Emma cria seus vasos para celebrar as diferenças entre os corpos das mulheres: há peitos com estrias, de pele negra, pele branca, grandes, pequenos, bronzeados, com piercing e sem, com sardas e até seios com cicatrizes de mastectomia, como ficam os de mulheres que enfrentaram câncer de mama.
À revista “Bricks”, ela conta que começou o projeto depois de dar ao namorado, que lhe ensinou a fazer cerâmica, um vaso com uma réplica de seus próprios seios. Ela gostou tanto que acabou fazendo um curso de dez semanas de cerâmica e, então, fundou a conta “Pot Yer Tits Away Luv” no Instagram, onde postou outras cinco criações. As obras fizeram tanto sucesso que ela passou a aceitar comissões: mulheres, sempre maiores de idade, enviam fotos de seus seios para que ela os recrie em vasos.
“As pessoas acham que eu comecei isso tudo com um plano genial, mas, na verdade, tudo cresceu de forma muito orgânica”, conta, ressaltando que ela não tem nenhuma qualificação especial para esculpir e criar suas obras, que poderiam ser até consideradas “desleixadas” por pessoas mais experientes.
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Agora, além de vender pelo Instagram, ela tem seu próprio site e fazer as esculturas transformou-se em seu emprego. Sobre o trabalho, Emma afirma que cada vaso é tão único quanto os seios que lhe serviram de inspiração.
“Nenhum vaso é igual ao outro. Eu não acho meu trabalho provocativo, mas acredito que algumas pessoas possam ver os vasos como objetos sexuais, mas essa não é a intenção”, diz.
Aceitação corporal e críticas
A base da arte de Emma é a inclusão e a normalização de todos os tipos de seios , “não só aqueles brancos, pequenos e com mamilos rosados”, e corpos. É por isso que ela também faz vasos com barrigas.
“Eu fiquei conhecida como ‘a mulher dos peitos ’ e estou fazendo meu melhor. Obviamente não falo por todas as mulheres e a pressão é cada vez maior para que eu faça réplicas idênticas”, revela Emma, que também já recebeu críticas por seu trabalho.
Ela conta que já viu comentários de meninas, geralmente mais novas, marcando as amigas nas fotos das obras e dizendo o quanto os seios que ela recria são estranhos. “É triste, mas é exatamente por isso que eu faço o que eu faço - nós só vemos uma variedade muito limitada de seios, mostrada pela mídia, e não temos noção da linda variedade dos corpos femininos, principalmente entre mulheres heterossexuais”, argumenta.
Para o futuro, Emma espera poder continuar promovendo aceitação corporal por meio de sua arte, “criando, sendo inclusiva e fazendo as pessoas se sentirem bem consigo mesmas ”.