Por muito tempo, Shari Loeffler sofreu bullying na escola por causa da aparência , o que fez com que ela adquirisse o hábito de depilar os pelos entre as duas sobrancelhas. Entretanto, depois de 24 anos como refém da pinça, ela decidiu que era hora de aceitar a monocelha e mudar completamenete a rotina de beleza para aceitaro visual natural. 

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Shari Loeffler passou 24 anos refém de procedimentos estéticos e da pinça para tirar os pelos e esconder a monocelha
Reprodução/Instagram/shariloeffler
Shari Loeffler passou 24 anos refém de procedimentos estéticos e da pinça para tirar os pelos e esconder a monocelha



Em entrevista ao portal britânico "Daily Mail", Shari conta que a família é descendente de povos da Pérsia e, mesmo que ela tenha nascido e crescido nos Estados Unidos, ainda possui a aparência como herança. "Quando eu era criança me sentia muito solitária e triste por causa da minha monocelha , porque eu não conhecia ninguém que se pareciam comigo. Nunca tive modelos ou exemplos na mídia que me representavam visualmente, isso fez com que eu me sentisse diferente, como se eu não fosse normal", desabafa. 

Durante a infância, ela sofreu muito com piadas e comentários maldosos que ouvia das outras crianças.  "Quando eu tinha dez anos de idade, estava na festa de aniversário do meu primo, cercada por um grupo de meninos mais velhos. Quando eles me viram, pude perceber que eles cochicavam e riam da minha aparência e me lembro que eles começaram a traçar as próprias sobrancelhas, como se elas descessem pelo rosto, braços e pernas, como se isso fosse um símbolo de como eu era peluda. Isso me machucou muito — e foi um lembrete que quando eu sou exposta à pessoas e ambientes novos e eles não me conhecem, essa é a reação que eu recebo." 

Aos 13 anos, quando Shari se mudou para a Flórida com a família, perguntou para a mãe e a avó se podia depilar a sobrancelha antes de ir para a escola. "Eu me recusava a ter essa identidade me seguindo, então, por 24 anos, eu fiz o que pude para tirar o estigma da minha sobrancelha e esconder isso", diz. 

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Processo de aceitação da aparência


Aos 38 anos de idade e mãe de três meninas, a artista nova-iorquina conta que foi a maternidade que a fez ver o mundo — e a si mesma — de outra forma. "Vejo como as meninas são retratadas na mídia e, por causa disso, decidi fazer um impacto positivo para minhas filhas e para mim", relata. "Comecei a reexaminar a minha identidade relacionando como os padrões de beleza e o tempo criaram uma imagem que eu passei a ver como 'visualmente agradável'". 

"Como quero aceitar a mim mesma? Por que me sinto obrigada a ter uma certa aparência? Como quero ser um modelo para as minhas filhas? Como resultado, parei de tirar os pelos das sobrancelhas. Percebi que precisava deixar os pelos entre as sobrancelhas crescerem para que eu pudesse conviver com isso. Só assim eu poderia olhar para o meu rosto e aprender a aceitá-lo e aceitar a mim como eu sou." 

Shari ainda compartilha que, das três filhas, a mais nova é a que parece mais com ela. "Minhas duas meninas mais velhas têm cabelos loiros e olhos azuis, lembro de pensar que elas não teriam que lidar com monocelhas. Porém, minha mais nova parece comigo e pensei como ela vai ter que lidar com isso. Aos 34, eu me perguntava como lidaria com isso e como ajudaria minha filha a não se sentir mal com a própria aparência, mas na época nem eu sabia. Decidi me descontruir e reconstruir, a sobrancelha era o símbolo e o ponto de partida."

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Assim, ela criou uma conta no Instagram para compartilhas fotos suas e celebrar sua aparência natural sem vergonha da  monocelha , o que também está ajudando outras mulheres a lidarem com a própria aparência. "Uma garota me disse: 'Eu admiro muito suas palabras. Tenho descendência Árabe e sempre tive dificuldades com as minhas sobrancelhas. Sinto como se finalmente existe alguém que fala sobre positividade corporal e que se parece comigo. Você faz com que eu tenha orgulho de ser quem sou'", finaliza. 

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