A mexicana Lorena Bolanos, de 24 anos de idade, tem uma marca de nascença que cobre mais da metade de seu corpo, além de diversas outras manchas espalhadas pela pele. A condição é chamada oficialmente de nevo melanocítico congênito gigante  e geralmente aparece por causa de problemas com melanócitos – células da pele que produzem melanina – que não se espalham uniformemente no útero.

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Lorena Bolanos tem uma marca de nascença que cobre mais da metade de seu corpo e, por causa disso, sofreu bullying
Reprodução/Instagram/underneath_we_are_women
Lorena Bolanos tem uma marca de nascença que cobre mais da metade de seu corpo e, por causa disso, sofreu bullying



Por causa da marca de nascença , Lorena sofreu bullying  na escola. Durante a adolescência, ela recebeu apelidos de "dálmata" e "biscoito com pedaços de chocolate", além de passar por situações constangedoras, como ter de se retirar de um ringue de patinação no gelo porque um cliente achava que ela tinha sarampo. O mais grave foi quando escreveram que ela deveria se suicidar. 

"Quando eu era uma criança, isso não era problema. Minha mãe sempre disse 'você é uma criança saudável, não se preocupe com isso'. Foi no ensino médio que tudo começou e foi horrível. Eu me sentia muito desconfortável", escreveu em publicação no Instagram. "As crianças costumavam olhar para mim e me chamavam de 'dálmata', era muito cruel. Isso fazia com que eu me sentisse mal sobre mim mesma."

Lorena conta que, naquela época, ela costumava chegar da escola e chorar junto à mãe. "No ensino fundamental eu era muito sortuda por ter um grupo de amigos que me apoiavam, mas no ensino médio tudo mudou. Uma vez, eu estava no celular quando um menino do meu colégio me mandou uma mensagem que dizia 'por que você não se mata?'. Eu estava tão acostumada com isso que ignorei", relata. 

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Mudança de perspectiva


Por causa desse tipo de comentário negativo , a jovem não se sentia bem sobre o próprio corpo e aparência. Depois do ensino médio e durante o primeiro ano de faculdade, Lorena entrou em depressão e começou a usar roupas que cobriam os braços e pescoço, mesmo em temperaturas mais quentes.

Até que um dia ela viu uma publicação de uma blogueira que também tinha marcas de nascença no Facebook. Entre os comentários da postagem, havia um em especial, de um homem que chamava a mulher de "nojenta". "Pensei comigo mesma que aquela mulher era muito bonita, como alguém poderia dizer isso pra ela? Isso me inspirou a tirar uma foto do meu próprio corpo de biquíni e publicar no Instagram". 

Lorena decidiu então que era o momento de parar de odiar o próprio corpo, parar de ouvir os comentários crueis e começar a se amar como é. Desde então, ela já compartilhou muitas outras fotos nas redes sociais, se tornou inspiração e foi convidada para participar do projeto "Underneath We Are Women", sobre positividade corporal e beleza feminina. 

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"Por toda a minha vida eu me cobri porque tinha vergonha, mas decidi contar minha história e mostrar as minhas marcas", comenta. "Eu nunca sonhei com a resposta que receberia. Muitas mães começaram a me mandar mensagens sobre como suas filhas se inspiravam em mim. Quero ser mais aberta sobre o meu corpo porque quero mudar o conceito de beleza. Antes, minha marca de nascença não era linda, mas eu aprendi a me aceitar e amar o meu corpo, porque é o único que tenho", finaliza Lorena. 

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