De acordo com uma pesquisa da Ipsos divulgada nesta quarta-feira (7), os maiores problemas que as mulheres enfrentam atualmente no Brasil e em diversos outros países do mundo são assédio, violência sexual e violência física. Além desses, outros temas debatidos no estudo e que entram no ranking de preocupações são abuso doméstico e igualdade salarial.

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Assédio sexual é considerada a principal preocupação de mulheres ao redor do mundo e segunda maior entre as brasileiras
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Assédio sexual é considerada a principal preocupação de mulheres ao redor do mundo e segunda maior entre as brasileiras



No ranking mundial, o assédio sexual lidera com 32% dos votos da pesquisa, enquanto violência sexual aparece com 28% e violência física vem em seguida, com 21%. Entretanto, para as brasileiras, a ordem de preocupações é diferente: violência sexual lidera o ranking (47%), seguida por  assédio sexual (38%) e violência física (28%).

Narayana Andraus, gerente da Ipsos, analisa que esse medo é reflexo dos altos números de estupros e casos de violência física no Brasil e no mundo, principalmente porque grande parte deles não é reportado. "Dados da nossa pesquisa apontam para uma sensação de impunidade por parte das mulheres, o que intensifica o medo – 61% das mulheres acreditam que os relatos de assédio sexual são ignorados”, diz. 

O quarto tema globalmente mais citado entre as brasileiras e demais nacionalidades é o abuso doméstico. Já a questão da igualdade salarial aparece como quinta maior preocupação para as mulheres ao redor do mundo e em sexto lugar no Brasil, mas é a principal em países desenvolvidos como Grã-Bretanha, Alemanha, Suécia e Bélgica.

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Percepção da realidade

A Ipsos também comparou resultados da pesquisa com números oficiais de casos de violência contra a mulher , para entender o quanto a percepção da sociedade reflete a realidade. As brasileiras entrevistadas acham que 59% das mulheres do país já foram vítimas de violência física ou sexual por um companheiro ou ex-companheiro em algum momento de suas vidas.

Já os entrevistados homens, acreditam que esse número é de 50%, mas os dados oficiais indicam que o número é de 31%. “Por um lado, existe a extrema preocupação com o tema, o que contribui com uma percepção mais negativa. Mas por outro, sabemos que nem sempre os casos são denunciados, o que pode levar também a um número oficial abaixo da realidade”, comenta Narayana.

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Para responder essas questões sobre assédio e violência contra a mulher, a empresa entrevistou quase 20 mil pessoas de 27 países diferentes, entre eles África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Grã-Bretanha, Espanha, EUA, França, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Rússia, Sérvia, Suécia e Turquia.

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