Após conhecer universo do naturalismo, fotógrafa muda visão sobre o corpo humano
Amelia Allen trabalha cobrindo o mundo da moda e percebeu que os padrões exigidos pela indústria não acompanham a realidade da maioria das pessoas
Por iG Delas |
O que você precisa para “estar de bem” com o seu corpo? Entrar em uma calça 38? Conseguir aquele abdômen definido? Perder aqueles 3kg? Para uma fotógrafa britânica, foi preciso passar dois anos imersa no universo do naturalismo e uma séria reflexão sobre o que é realmente importante, algo que resultou também em um livro sobre os “britânicos pelados”.
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Curiosamente, a mesma fotógrafa , Amelia Allen, trabalhou por anos cobrindo justamente o mundo da moda, que, ainda hoje, segue um padrão rígido de beleza: as pessoas precisam ser altas, magras e definidas. “Eu gostava dessa área, é divertido e criativo, mas, quando você sai da bolha, percebe o quanto pode distorcer sua percepção do corpo humano”, explica em entrevista ao site “Cosmopolitan” da Inglaterra.
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Para a profissional, a pressão das redes sociais e da moda sobre as mulheres para que elas se adequem aos padrões de beleza e a quantidade de trabalho por trás das câmeras para criar “uma imagem perfeita” podem ser insuportáveis. “No momento em que você olha em volta, percebe que não é todo mundo que se parece com aquilo, e que aquilo não é alcançável para todos.”
Mudança de pensamento
Amelia começou fotografando amigos pelados, procurando por um trabalho mais “honesto”. Depois, passou a acompanhar a vida de pessoas adeptas ao nu. “As pessoas presumem que os naturalistas se enquadram em determinado estereótipo, mas não é nada disso. Não há um estereótipo”, alerta a fotógrafa.
As atividades que faziam nos ambientes e eventos destinados aos naturalistas eram exatamente as mesmas que todas as outras pessoas fazem no dia a dia. A única diferença é que estavam todos pelados. “E o que há de estranho em ter um jantar com seus amigos, jogar tênis ou nadar [pelado]? Não há intimidade, nem nada sexual.”
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Depois de tanto ver corpos, Amelia passou a acreditar que há coisas mais importantes na vida do que como o nosso corpo aparenta. A fotógrafa explica, porém, que não passou de uma hora para outra a achar que é uma mulher perfeita e que se ama o tempo todo. Mas compreendeu que gosta mais de ser reconhecida pelo seu trabalho do que pela aparência.