A mutilação genital feminina é um problema que atinge mais de 200 milhões de mulheres em todo mundo, inclusive em países desenvolvidos como a Alemanha. Para alertar sobre esse problema que afeta tantas meninas, a organização alemã Terre Des Femmes lançou uma campanha tão impactante quanto criativa.
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A ideia é chocar as pessoas para que elas procurem saber mais sobre a mutilação genital feminina. Para isso, foram atrás de mulheres que foram mutiladas ainda crianças e pessoas que lutam contra o problema para fotografá-las. A imagem que você vê acima não é exatamente o que parece. A verdade é que são os olhos dessas pessoas bem fechados. Veja:
A semelhança com uma vagina é o que chama atenção na campanha “Open You Eyes”, que em português significa “Abra Seus Olhos”. A ação foi feita em conjunto com a agência Grey Düsseldorf. “Jovens mulheres ainda têm suas genitálias mutiladas . Na Alemanha, as garotas também correm esse risco. Vamos tomar uma atitude sobre essa prática. Compartilhe!”, alerta a organização em sua página no Facebook.
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Mutilação genital feminina
A prática é definida como retirada total ou parcial da parte externa dos órgão sexuais femininos. De acordo com Terre Des Femmes, em alguns lugares do mundo, a tradição faz com que a mutilação seja feita em mulheres desde a infância até a vida adulta. A OMS (Organização Mundial da Saúde) já alertou que os efeitos da circunsisão são semelhantes aos do abuso sexual.
“Hoje em dia, a prática é feita em algumas áreas por equipes com treinamento médico, mas isso não evita os danos físicos e psicológicos a longo prazo”, afirma a organização. Dados apontam que aproximadamente 48 mil mulheres afetadas pelo problema vivem na Alemanha e mais de 9,3 mil correm risco de sofrer uma mutilação.
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“A mutilação genital feminina tem menos razões religiosas e mais culturais, sociais e muitas vezes econômicas. As meninas não circuncidadas correm risco de serem excluídas. A circuncisão muitas vezes é um pré-requisito para um casamento do qual a mulher e a família são financeiramente dependentes."