A jovem americana Jenny Lundt tem recebido uma enxurrada de elogios no Facebook após fazer uma postagem em que ilustra como ser branca permitiu que ela andasse pela universidade em que estuda empunhando uma espada enquanto, alguns dias antes, o racismo fez com que a instituição entrasse em estado de alerta após um estudante negro segurando uma pistola de cola quente ser confundido com um atirador.
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O caso em questão aconteceu no dia 1 de maio na Colgate University, em Hamilton, Nova York. O perfil oficial da instituição no Twitter fez postagens em que avisava sobre o possível avistamento de um atirador dentro da universidade, além de aconselhar que os estudantes buscassem um local seguro caso estivessem dentro dela. Mais tarde, quando a polícia chegou ao local, foi constatado que a “arma” era uma pistola de cola quente que estava sendo utilizada por um estudante para um projeto artístico, levantando a questão do racismo . O caso foi divulgados em diversos jornais, como o "Daily Mail".
Foi então que Jenny decidiu se juntar à discussão que já estava ocorrendo entre alunos da universidade. Além da foto em que aparece segurando uma espada, Jenny também escreveu sobre privilégio branco , ou seja, a possibilidade que pessoas brancas têm de fazer coisas que, caso fossem feitas por pessoas negras, seriam reprimidas.
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“Esta sou eu apenas a um ano atrás neste mesmo campus, correndo pelo lugar com a p**** de uma espada de metal afiada. As pessoas acharam que engraçado. As pessoas riram – ‘oh, olhem essa menina branca, boba e inofensiva com uma espaga gigantesca’”, diz ela na legenda da imagem, que já gerou cerca de 17 mil compartilhamentos e 26 mil curtidas.
Jenny também compara as situações, expondo que, enquanto a pistola de cola quente de um aluno negro fez com que a instituição ficasse “lacrada” durante quatro horas, a espada mostrada na foto ainda existe e a presença do objeto na instituição não fez com que ninguém ficasse desconfortável ou suspeitasse de algo.
Repercussão
Após viralizar, a postagem feita por Jenny foi alvo tanto de comentários que aplaudiam a atitude da moça em se posicionar sobre o caso quanto algumas críticas. O jovem Sahil Gadhavi escreveu uma extensa carta aberta – que foi incorporada por Jenny à postagem original – alertando para outro aspecto do racismo: o de que as críticas de pessoas brancas ao problema são mais aplaudidas e recebem mais atenção do que as observações feitas pelas pessoas que sofrem com ele.
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“Todos os dias, pessoas negras protestam sobre as injustiças e o abuso racial que eles enfrentam e encontram pessoas brancas ressentidas minimizando sua realidade. Se você vir a postagem de Jenny, vai encontrar toneladas de pessoas elogiando-a, bajulando-a e admirando-a por ser uma heroína”, afirma Gadhavi.
Jenny então editou a postagem, pediu desculpas por ter tomado a frente da questão do racismo, que não se refere a pessoas brancas, e anexou a carta escrita pelo jovem. A universidade, por sua vez, chegou a fazer um pronunciamento no site oficial, mas ele foi apagado e o assunto nunca mais foi abordado na rede social da instituição.