Uma mulher britânica, que recusou a ordem do chefe de usar salto alto no trabalho iniciou um debate em todo o seu país sobre discriminação e machismo.
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Nicola Thorp chegou para trabalhar em uma agência, como recepcionista, em dezembro de 2015. Ela estava usando sapatilhas elegantes, mas disseram a ela que a agência exigia que as mulheres usassem sapatos de salto alto , de 5 a 10 centímetros.
Disseram ainda que ela poderia sair e comprar um sapato de salto, mas ela se recusou, e foi mandada para casa. E esse foi apenas o começo da história.
“Me senti envergonhada, era tudo errado. Já tinha passado por situações desse tipo antes e cheguei a meu limite. Decidi logo depois que eu faria tudo para que isso não acontecesse para nenhuma outra mulher, porque sabia que meu caso não era isolado”, contou Nicola ao site americano “Today”.
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E é claro que ela reagiu: em maio de 2016, ela iniciou uma petição para que o governo britânico considerasse ilegal que as empresas exigissem que mulheres usassem esse tipo de sapato de salto no trabalho.
No início de 2017, a petição já atingiu mais de 150 mil assinaturas, e o governo, depois de analisá-la, concluiu que o código de vestimenta imposto a ela era ilegal. Em fevereiro, vão discutir códigos de vestimenta machista e a discriminação no ambiente de trabalho.
O inquérito parlamentar foi instaurado e o relatório liberado essa semana. De acordo com o site americano “NBC News”, o relatório revela outras denúncias: “Nós ouvimos mulheres que foram pedidas para pintar o cabelo de loiro e usar roupas reveladoras, além de reaplicar maquiagem constantemente”.
Entrevistada pela “NBC News”, Maria Miller, que está à frente do Comitê Seleto para Mulheres e Igualdade, disse que já está na lei britânica que empresas e empregadores não podem discriminar requisitos de vestuário de acordo com o sexo, mas também afirma que muitos não estão a par da lei.
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“Executivos precisam se atentar para isso. Acho que é muito importante que tenham consequências”, diz Maria Miller.
A agência em questão já divulgou que a política da empresa já mudou, e eles alteraram a orientação de uniformes para seus funcionários e funcionárias, que não precisam mais usar salto alto.