A representatividade feminina e etnico racial é de suma importância para garantir a qualidade da democracia.
Os ministros são espécies de coordenadores, responsáveis pela aplicação do dinheiro publico, estabelecer estratégias, fiscalizar, administrar e avaliar programas federais.
Todos vamos concordar que a competência e a capacitação para o cargo devem nortear a escolha do ministro(a) de cada pasta.
No entanto, para que a democracia seja plenamente exercida, a OPORTUNIDADE deve ser melhor distribuída.
A composição ministerial deveria representar o pluralismo étnico racial e de gênero.
Ou seja: Com toda certeza existem homens e mulheres, sendo eles negros, pardos ou brancos, capacitados para exercer tais funções.
Porém, cada um deles, além de sua competência e capacitação traz consigo uma VISÃO diferente e que muda de acordo com sua raça e gênero.
Compor um Ministério diversificado, além de ir de encontro com a Constituição, somente enriquece intelectualmente e empiricamente um governo.
Você viu?
Da mesma forma que não é bom termos um Ministério hegemonicamente branco e masculino, não seria nada bom ter um Ministério hegemonicamente feminino ou negro, ou pardo ou qualquer unanimidade que não represente a nossa PLURALIDADE enquanto nação.
Para que a Democracia seja exercida com qualidade é importante que homens e mulheres, sendo eles brancos, negros, pardos, índios, componham de forma EQUILIBRADA um governo.
Com a Reforma Política e o fim do quociente eleitoral, esse equilíbrio poderá se estender à Camara e ao Senado.
Mas, tratando-se dos Ministérios, funções escolhidas especificamente pelo Presidente da República, esse equilíbrio só depende da sua intenção, interesse e esforço em buscar nomes que representem o pluralismo da nação.
É triste perceber que não houve nenhum esforço do Presidente em exercicio em distribuir a oportunidade de forma equitativa considerando que vozes de mulheres e negros foram silenciadas por séculos e esse direito ainda permanece em constante manutenção.
Além disso, embora a participação feminina na política ainda seja muito pequena, pesquisas apontam que mulheres se envolvem muito menos em casos de corrupção e são mais engajadas em assuntos sociais.
É importante ressaltar que, se queremos viver em uma sociedade democrática e garantir igualdade entre os generos, não faz sentido excluir as mulheres do governo, mesmo que essa exclusão seja apenas não dando a elas a oportunidade de atuar.
Essa atitude remonta a visão ultrapassada e limitada dos papéis e deveres dos cidadãos na sociedade, colocando o gênero acima da capacidade intelectual de cada um. Quando a oportunidade não é ofertada a mulheres propositalmente, a democracia e a sociedade perdem.
* Talita Vilani tem 29 anos, é graduada em administração de empresas e especialista em Doutrinas Politicas.