O primeiro aninho de vida de João Miguel foi comemorado da melhor maneira possível. Teve família reunida, festa com bolo, balões, brigadeiro e muita diversão. Mas quem não pode comparecer não ficou chupando o dedo, não. A mãe do menino fez questão de compartilhar com amigos e parentes os melhores momentos do aniversário nas redes.
João Miguel é o rei
Além dos eventos marcantes, bagunças e gracinhas do bebê também têm espaço garantido na timeline de Lidiane Monteiro, de 39 anos. Aliás, é praticamente tudo dele; cerca de 80% das atividades de Lidiane são sobre maternidade e o filho. A publicitária e jornalista gosta de, como ela mesma diz, "dividir com o mundo cada caretinha linda dele".
+ 10 fotos que os pais não devem compartilhar nas redes sociais
Foto pós-parto não pode faltar
No perfil dela, são centenas de fotos desde o nascimento do primeiro filho; até mesmo o tradicional registro pós-parto no quarto da maternidade está lá: os pais de touquinhas segurando pela primeira vez o bebê que acaba de vir ao mundo. "Antes do João Miguel chegar, eu nem me importava com Facebook. Até mesmo minha gravidez foi pouco compartilhada. Mas, depois de conhecer aquela carinha e ir descobrindo a maternidade juntos, tive vontade de dividir com o mundo as caretinhas, cada conquista e cada descoberta dele que também eram minhas", diz Lidiane.
"É bom demais postar as fases do meu filho, me apaixono por cada foto, cada comentário. Também adoro ver postagens de outras mães e dos filhotes. Hoje sei o que elas sentem com cada coisinha que eles conquistam".
Ajuda virtual
E, como no puerpério nem tudo são flores, Lidiane também encontrou apoio no mundo virtual. "Senti vontade de também ser ajudada. Então, entrei em alguns grupos de amamentação, introdução alimentar e assim por diante. As redes sociais acabaram se tornando minhas aliadas porque consigo dividir o nosso crescimento - mãe e filho - e ser orientada com tranquilidade. Para uma mãe de primeira viagem é mega importante", defende.
Para a nova mãe, um episódio especial mudou sua forma de ver - e usar - as redes. "Não ofereci chupeta ao meu filho e, lógico, fui muito criticada e, com 3 meses, ele começou a chupar o dedinho. Nossa, aí sim, ouvi mais críticas e conclusões do tipo: 'está vendo, não deu chupeta e agora ele não larga mais o dedo', 'a chupeta você joga fora, já o dedo...' Ah, foi difícil", lembra a mãe, que diz ter encontrado orientação especializada por meio da rede. "Pedi ajuda a um grupo de amamentação virtual e uma fonoaudióloga me orientou, e melhor, me tranquilizou. Segui as orientações e ele deixou de chupar o dedinho sozinho. Sou muito grata à ajuda virtual
", comemora.
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Estudo do Facebook
Não é novidade que a mobilidade mudou a maneira como as pessoas se relacionam e conduzem suas vidas: estar conectado o tempo todo faz com que as mais diversas experiências sejam compartilhadas com frequência cada vez maior.
Afirmações do tipo "não posto fotos da família ou dos filhos para preservar minha intimidade" ou "não quero me expor na rede social" foram, aos poucos, deixadas de lado por muita gente, muitos pais e mães convictos de suas certezas.
De acordo com o estudo Meet the Parents, comissionado pelo Facebook, a combinação de mobilidade e conectividade afetou a paternidade, o jeito que pais compartilham suas experiências e criam seus filhos.
É bom demais postar as fases do meu filho, me apaixono por cada foto, cada comentário. Também adoro ver postagens de outras mães e dos filhotes. Hoje sei o que elas sentem com cada coisinha que eles conquistam"
Números
Esse comportamento é ainda mais evidente em novos pais: eles passam 1,2 vezes mais tempo no Facebook, por exemplo, do que quem não tem filhos
.
Mães de primeira viagem passam 1,3 vezes mais tempo no Facebook pelo celular do que mulheres que não tem filhos;
Ser pai é compartilhar: mães e pais são os campeões em atividades no Facebook (atualizações de status, posts com fotos e vídeos, etc, em comparação àqueles que não têm filhos.
Novas mamães postam 1,7 vezes mais atualizações de status, 2,4 vezes mais fotos e 2,3 vezes mais vídeos do que mulheres que não têm filhos.
Família digital
O estudo conclui que surge a família digital, uma estrutura familiar estendida, ainda que virtualmente. Hoje, o número médio de indivíduos ajudando a criar uma criança é de 18 pessoas. Ainda, 58% dos pais dizem que têm maior possibilidade de ajudar seus filhos a se conectar com outros membros da família em comparação a seus pais na mesma tarefa.