Sabe quando você diz "Parem o mundo que eu quero descer"? Pois é... aí o mundo para e nem descer você pode porque até o playground está interditado. Difícil isso, né? Mas não estamos falando de você. Estamos falando do seu filho, que também está no limite.

Sem poder sair de casa, as crianças também sofrem com isolamento causado pela pandemia
Reprodução/Sarah Eleutério
Sem poder sair de casa, as crianças também sofrem com isolamento causado pela pandemia

No último texto aqui da coluna falamos sobre a importância de mantermos a paciência e entendermos que se as coisas estão difíceis para nós, pais, avalie para nossos filhos ! Mas agora vamos mais a fundo no assunto e comentar quais reações eles podem apresentar nesse período.

Você certamente já percebeu sua criança mais agitada, inquieta ou até desobediente. Aí você pensa: "Logo agora, que estou tão cansada de cuidar da casa e cuidar de tudo meu filho resolve não cooperar?". Mas é justamente "agora", mamãe, que faz todo o sentido essa birra .

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A psicóloga clínica e educacional Josiane Golin, do Colégio Madre de Deus, zona sul do Recife, traz a irritação e a ansiedade como algumas das características mais esperadas nas crianças nessa fase de isolamento social . E aí entram o choro, os gritos, a inquietação e um monte de coisas que fazem a gente querer ficar trancada no banheiro e só sair quando tudo isso acabar. Mas entenda seu filho, mãe. Toda essa mudança de rotina e a permanência prolongada dentro de casa também mexem com ele.

A agitação e a criatividade também são reações previsíveis nesse contexto, quando as crianças passam a explorar mais o ambiente procurando espaços antes pouco habitados e mexendo em coisas que normalmente não tinham acesso.

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"Além dessas, outras características podem surgir, como a criatividade e a ludicidade, quando começam a fazer uso diferenciado de seus brinquedos ou outros objetos no intuito de quebrar a monotonia, ao mesmo tempo em que passam a brincar mais do que habitualmente, pois percebem um repertório maior de opções lúdicas, até mesmo, pela participação e estímulo dos familiares", explica Josiane, que é doutora em psicologia cognitiva.

Uma maior participação da criança nos afazeres domésticos também pode ser observada. Mas talvez algumas das reações mais preocupantes sejam a carência, a agitação e a ansiedade . "Elas podem solicitar mais a presença da mãe, ou pai, tornando-se mais 'colados' ou manhosos, uma vez que a presença deles em casa é mais frequente e mais disponível", conta a psicóloga.

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Ainda no período da quarentena, seu filhote pode ficar mais questionador, querendo entender o que está acontecendo diante de tenta mudança. E, não menos preocupante, a criança pode apresentar falta ou aumento de apetite.

"Pelo fato de estar em casa o tempo todo, ela pode não querer comer, ou começar a escolher o que deseja comer, mostrando também desinteresse pelos alimentos por querer brincar o tempo todo. Ou pode ocorrer o contrário, a procura exagera pelo alimento, seja por ofertas, para preencher o tempo ou por ansiedade", alerta Josiane.

Resumindo: tenha paciência, mamãe! Compreenda seu filho que também está entediado, também está chateado, também está cansado de ficar em casa e, além de tudo, é criança e não pode gritar no parque ou brincar com os amigos. Afinal, para ele o mundo também parou e ele também não pode descer.

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