Colunista do portal iG, Heitor Werneck conversou com Valentina Severo, radialista que comanda um programa de rádio sobre fetiche, sexo e BDSM
Valentina Severo é radialista e comanda o programa de rádio online “Agitando BDSM”. De forma inovadora, entrevista personagens que falam sobre sexo, fetiche e aventuras pela cena BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão). Aqui, ela nos conta um pouco sobre a sua experiência.
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Heitor Werneck: Como você decidiu criar uma rádio BDSM?
Valentina: Eu percebi, nas redes sociais, a busca constante dos iniciantes por um pouco mais de conhecimento. Eu já trabalhava em rádio e decidi pesquisar para ver se tinha algum programa voltado ao BDSM, e descobri que não, não havia. Hoje, eu sou a pioneira. Estreamos em fevereiro de 2016.
Heitor Werneck: Quais são seus critérios para escolher os entrevistados?
Valentina: Pela experiência, pelo tempo em que está no meio e também por indicação de amigos.
Heitor Werneck: Em média, quantos ouvintes têm acesso às entrevistas que você realiza?
Valentina: O primeiro programa, do qual eu me lembro até hoje, teve 20 ouvintes. Hoje, em média, temos 5 mil ouvintes fiéis. Há aqueles que me procuram nas redes para elogiar o programa, a iniciativa, e até para agradecer. Só que pouca gente divulga que está ouvindo.
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Heitor Werneck: Você pode nos contar qual foi sua experiência mais divertida como entrevistadora?
Valentina: Nossa, o programa é uma diversão constante, sou meio doida ou doida de pedra! Faço graça pros entrevistados ficarem tranquilos e perderem o nervosismo. E minhas gafes em inglês, então… Oh, My God! (risos)
Heitor Werneck: Alguma vez, como radialista, você passou por uma situação constrangedora? Em caso positivo, poderia contar essa experiência?
Valentina: Humm, esse dia foi desesperador. Soltei a música para voltar a falar com a entrevistada e esqueci o microfone ligado. Fiquei fofocando pra todo lado… Quando me toquei, o Whats e o Face estavam explodindo, até sinais de fumaça mandaram… “DESLIGA O MICROFONE, ESTAMOS OUVINDO SUA CONVERSA!”. Voltei com a maior vontade de rir, mas tive que me conter e seguir com o programa.
Heitor Werneck: Você mora no interior paulista, um meio predominantemente conservador. Como é, para você, vivenciar sua identidade de dominadora e adepta do BDSM?
Valentina: Acreditava que seria muito difícil, mas me enganei redondamente. Hoje, descobri que, quando assumimos o que somos, sem medo de ser feliz, tudo segue seu fluxo. Ando calmamente com meu sub de coleira pela cidade, e alguns até brincam comigo: CADÊ O CHICOTE? (risos)
Heitor Werneck: Que conselhos você tem a dar para submissos(as) e dominadores(as)?
Valentina: Eu sugiro que leiam, estudem, busquem conhecimento. Não é só sair pegando um chicote e fazendo carinha de lobo mau! E às submissas (e aos submissos, claro), eu digo: parem de acreditar em tudo e em todos. Agucem seus sentidos, sua intuição.
Heitor Werneck: Como você descobriu o meio BDSM?
Valentina: Fui apresentada ao BDSM por um amigo, em 2012, e fui lendo muito sites, pesquisando… Desvendei assim um mundo delicioso.
Heitor Werneck: Qual sua prática favorita?
Valentina: Todas as práticas são deliciosas, cada uma tem o seu toque especial, e quando a gente se entrega inteiramente, tudo fica melhor ainda.
Heitor Werneck: Em sua opinião, o que significa “são, seguro e consensual”?
Valentina: Essas três palavras significam que, acima de tudo, devemos ter respeito pelo outro.
Heitor Werneck: De onde veio a inspiração para o nick “Valentina Severo”, uma vez que este não é o seu nome verdadeiro?
Valentina: Sempre gostei do nome Valentina, acho um nome forte, que combina com uma dominadora. E o Severo veio do que o meu amigo, que apresentou o BDSM a mim, sempre me dizia: “Você é uma pessoa severa”, e assim nasceu a “Valentina Severo!”.
Acompanhe a coluna do Heitor Werneck no iG para saber de mais assuntos como a rádio que fala sobre o universo BDSM.