Dando continuidade ao Projeto Descomplica, vamos descobrir curiosidades sobre a tapioca?
Nas primeiras décadas pós-descobrimento, viajantes estrangeiros já registravam a existências dos beijus, preparados pelos índios com a goma da mandioca. Segundo a antropóloga Paula Pinto e Silva, autora do livro Farinha, feijão e carne seca – Um tripé culinário no Brasil Colonial (Senac-SP), tais bolos redondos, regados com mel, eram consumidos logo pela manhã e ao longo do dia.
Adotado pelas senhoras portuguesas por sua semelhança com o já conhecido filhó e pela falta de pão de trigo que acompanhasse as refeições, o beiju saiu das aldeias e entrou nos alpendres e nas varandas, alargando as possibilidades do paladar europeu.
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Diferente da farinha comum produzida a partir das fibras da mandioca, a farinha de tapioca provém do amido: “ A goma, depois de retirada é peneirada sobre um tacho de cobre bem quente. Quando caem sobre o metal, esses resíduos fininhos estouram como pipocas, fazendo bastante barulho”, explica a chef carioca Teresa Corção, presidente do Instituto Maniva, que se dedica à pesquisa e à difusão da gastronomia brasileira. A diferença em relação as versões industrializadas, segundo ela, está na textura.
Embora diretamente associada à dieta diária do Norte e Nordeste, pois essa forma de tapioca recheada veio da cidade de Olinda/PE, a farinha de tapioca ultrapassou as fronteiras destas regiões. As famosas panquecas com recheios doces ou salgados, chegaram aos menus dos restaurantes do Sul e Sudeste, assim como os bolos, pudins e sorvetes.
Existem várias explicações para a origem do termo “tapioca” vem do tupi tapi (pão) + oca (casa). Vem da palavra tipi´oka, “aglutinado”, o nome para este amido em língua tupi. Pode referir-se tanto ao produto obtido da fécula quanto ao prato em si feito a partir dele. A partir da tapioca, eram feitas também algumas bebidas alcoólicas como o pajuari, o tarubá, o tapiocuí e a tiquira.
A tapioca normalmente é servida em prato de sobremesa ou raso. No comércio de rua, é oferecida em embalagem plástica ou de papel. Quando se trata de tapioca com bastante recheio, recomenda-se o uso de talheres para facilitar a refeição. Em algumas regiões do país, o costume é comer sem o auxílio dos talheres.