Quando se cogita usar madeira na decoração , é comum que lugares como salas e quartos venham em mente, mas o material é muito mais versátil do que se imagina. Por ser um material “quente”, ela confere um ar aconchegante aos ambientes nos quais é aplicada, e não precisa necessariamente assumir um estilo rústico; dependendo de como for o acabamento da peça, ela pode se encaixar em locais sofisticados e satisfazer quem tem um gosto por design moderno.
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Porém, quem pensa que a madeira está fadada a servir apenas como armários, piso ou revestimento para o teto e para as paredes dos ambientes está enganado. Diversos lançamentos apresentados na Expo Revestir – feira considerada a “Fashion Week” da decoração – deste ano firmaram o material como tendência até em cubas, bancadas de pias, bandejas para banheiras e diversos outros acessórios que se encaixam até em ambientes molhados (banheiros e cozinhas).
Veja algumas dicas de como utilizar o material na decoração de locais inusitados e quais são os cuidados que devem ser tomados com as peças na hora da limpeza para que durem mais tempo.
No banheiro e na cozinha? Sim!
Banheiros e cozinhas revestidos com azulejos, porcelanatos, pintados de tons claros e decorados com objetos sóbrios e de metal normalmente passam uma sensação fria. De acordo com o arquiteto Pedro Bazani, quem não gosta desse estilo pode, sim, apostar na madeira para tornar o ambiente mais “quente” e aconchegante.“Por ser um material ímpar, assim como o concreto, ela dispensa rótulos e ‘tendências’, Usá-la em um projeto arquitetônico pode trazer um ar vintage e contemporâneo. Ela combina com qualquer objeto. Estamos falando de um clássico”, explica ele.
Por ser um material "neutro", ele vai bem com qualquer cor. Uma dica é combiná-lo com cores opostas ao marrom, como azuis e verdes, que se destacam.
Estilo rústico
Em cozinhas, o material pode ser combinado com tijolos, pedras ou tons quentes, mantendo a aparencia de casa mais antiga, com cara de sítio. Neste caso, também é possivel optar por madeiras que sejam mais escuras e manchadas para reforçar esse visual.
Em banheiros, a escolha de cubas e bancadas de pias com bordas irregulares, formatos imperfeitos e que preservam tanto as texturas quanto as manchas naturais do material, por exemplo, é perfeita para pessoas que buscam um visual mais rústico para a casa. Em casos de cubas feitas com esse material, é importante que a torneira não tenha muitos detalhes para que a quantidade de informação visual não torne o ambiente muito pesado.
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Ambiente também pode ser "clean" e moderno
Para quem prefere uma decoração mais discreta, moderna e "clean", peças com um acabamento mais reto, tons claros, menos manchadas e de textura uniforme podem ser as melhores escolhas para inserir o material na cozinha. Elas devem ser combinadas com cores claras e materiais como vidro, mármore e metal, além de ser necessário fazer com que o ambiente seja bastante iluminado.
Para banheiros, a coisa funciona da mesma forma: peças mais anatômicas, de acabamento liso e até mesmo envernizado conferem um ar minimalista e sofisticado ao ambiente no qual são instaladas.
Revestimentos que imitam o material natural
O arquiteto explica ainda que algumas empresas desenvolveram produtos em porcelanato ou material vinílico que imitam superfícies de madeira. Segundo ele, o toque de "calor" no ambiente acaba não sendo o mesmo, mas, esteticamente, estes materiais dão um resultado bastante parecido com o obtido usando material natural. Ainda assim, Bazani faz um alerta: "Cuidado ao colocar a natural no mesmo ambiente que 'fake'. A natural ganha uma estética única com o passar do tempo, seu toque e seu calor entregarão quem é a matéria genuína".
Quais são os cuidados na hora da limpeza?
Apesar de ser possível utilizar esse material em ambientes expostos constantemente a vapor e em superfícies que entram em contato com água com certa frequência, Bazani explica que quem optar por ele deve ter em mente que ele requer manutenção e cuidados específicos na hora da limpeza, já que, quando úmido por muito tempo, ele pode tornar-se poroso e favorecer o surgimento de fungos e mofo.
“Esse é um material que sofre com a ação do tempo e sofrerá alterações estéticas dependendo de onde estiver e de como for a manutenção”, afirma. Segundo ele, antes de o material ser aplicado nas áreas molhadas, é importante que passem por um tratamento específico com a aplicação de substâncias impermeabilizantes, resinas, silicones e - caso seja do gosto da pessoa - até pintura. Na hora de realizar a impermeabilização, a superfície do material precisa estar completamente seca, ter manchas eventuais removidas com solventes específicos e ser devidamente lixada. Além disso, o processo de impermeabilização deve ser repetido ao menos uma vez a cada ano.
Alguns tipos de madeiras, porém, são um pouco mais resistentes, como a lyptus (feita a partir de eucalipto) e a teca (indicada até para a confecção de decks para piscinas e embarcações), diminuindo a probabilidade de mofo e fungos que aparecerem com o tempo. Além disso, nogueira, carvalho, pinus e jacarandá também são indicados.
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Na hora de fazer a limpeza, há algumas diferenças entre superfícies envernizadas e as que não são envernizadas. No primeiro caso, Bazani orienta que a limpeza seja feita com um pano quase seco e, se houver necessidade de lustrar, o arquiteto recomenda o uso de cera virgem de abelhas. Na hora de encerar, é importante espalhar a cera no sentido dos veios da superfície da madeira, caso contrário o produto pode acabar se acumulando neles e causando problemas se em algum momento a peça precisar ser lixada. Já no segundo caso, ele afirma que é recomendável usar apenas a espuma do sabão espalhada em uma esponja ou em um pano quase seco.