O tamanho da própria testa e as famosas "entradas" no cabelo sempre incomodaram a gerente operacional Talita Costella, de 34 anos, até que, em agosto do ano passado, ela decidiu passar por um transplante capilar.
"Quando eu era criança, fazia ballet, e aí tinha que usar aqueles coques presos, o cabelo com gel puxado para trás, então era uma coisa que super me incomodava, que eu tentava esconder ao máximo. Durante a adolescência, eu nunca usava o cabelo preso, nunca usava rabo de cavalo, porque me incomodava", desabafa Talita, em entrevista ao iG Delas.
Ela diz que sempre cogitou passar pelo procedimento, mas enfrentou dificuldades para encontrar relatos de mulheres que já haviam feito antes. "Quando encontrava uma coisa ou outra, não tinha fotos nem relatos. Tem pouquíssima coisa na internet sobre o transplante capilar feminino, e eu queria ver casos de outras mulheres para tomar coragem de fazer".
Ainda assim, decidiu marcar uma consulta com o médico Thiago Bianco, especialista em transplantes capilares. "Hoje, eu consigo prender meu cabelo sem nenhum trauma (risos). Para a minha autoestima, foi sensacional. Faria de novo com certeza. Eu me sinto muito mais bonita", admite.
Talita conta que o transplante ajudou a preencher parte do comprimento da testa, algo que a incomodava, além das "entradas" do cabelo. Como o incômodo era algo comum na família, o irmão dela já havia feito um procedimento parecido. Ela também dá detalhes sobre a intervenção cirúrgica.
"Eu tomei um sedativo, dormi durante toda a cirurgia e acordei já com os folículos implantados. Não senti nenhuma dor. E o pós-operatório também foi bem tranquilo, não tomei nenhuma medicação para dor. A única coisa que tive foi inchaço, mas com três, quatro dias, sumiu. Voltei a trabalhar normalmente", garante a gerente operacional.
Questionada sobre preços, Talita afirma ter desembolsado R$ 59 mil para fazer o transplante capilar, mas demonstra estar satisfeita com o resultado. "Como é muito rente [ao cabelo], parece que são cabelinhos novos, ninguém diz que você fez implante. Quando eu faço rabo de cavalo, prendo com gel, com uma presilha, parece que eu estou cheia de cabelo novo", comemora ela.
Como funciona o transplante capilar?
Em conversa com o iG Delas, Thiago Bianco explica que o transplante capilar: "A gente separa uma mecha acima e uma mecha abaixo e raspa a região central, fazendo como se fosse uma 'janelinha'. Quando você solta o cabelo, já vai cobrir na hora no pós operatório", diz.
"Daquela região que a gente raspou, nós vamos escolher as unidades foliculares, que são, basicamente, aquilo que sai de cada poro do couro cabeludo. Pode sair de um até quatro fios de cada buraquinho da cabeça. E é essa unidade folicular, e não somente o fio de cabelo, que a gente precisa coletar. Ela compreende glândula sebácea, glândula sudorípara, músculo eretor do pelo… A gente vai sacar essa unidade folicular e redistribuir ela em uma região que tenha carência [de cabelo]", continua Bianco.
"É isso que a gente está implantando, não é o fio. O fio não tem vida sozinho", destaca ele. "Se você pegar um fio de cabelo, sem essa estrutura, e colocar no 'furinho', dali a cinco dias, uma semana, ele vai cair e não nasce mais nada", complementa. Já a unidade folicular, segundo o médico, gera um fio de cabelo novo, como se o cabelo tivesse sido raspado. "Então, o cabelo vai crescer, você corta, ele cresce de novo", conclui o especialista.
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