Apesar de fazer atividade física regularmente, a professora aposentada Adriana Almeida, de 53 anos, nunca conseguiu eliminar aquela gordurinha acumulada na área da barriga, a famosa pochete. Mas ela não desistiu e seguiu firme nos exercícios, até que começou a ter fortes dores na altura do umbigo.
“Eu tinha passado por uma videohisterectomia e abusei um pouco no pós-operatório, pegando peso e não fazendo o repouso necessário. O resultado foi que adquiri uma hérnia”, conta ela. No princípio, as dores surgiam durante exercícios ou quando ela fazia algum esforço, mas evoluiu ao ponto de Adriana mal conseguir usar roupas que fechassem na altura do umbigo.
Ao procurar um cirurgião e fazer os exames necessários para corrigir o problema, uma surpresa: ela descobriu que também tinha diástase do músculo reto abdominal. “Eu nunca tinha nem ouvido falar sobre isso, mas o cirurgião me explicou que era essa condição que causava o estufamento que eu tinha e a tal barriguinha da qual não me livrava nem com exercícios”, lembra ela.
Relato semelhante é o de Olga Diniz, de 51 anos. Ela procurou um cirurgião para fazer uma abdominoplastia e foi assim que descobriu que precisaria também de uma cirurgia para corrigir a diástase. “Eu tinha emagrecido, mas nunca conseguia perder aquela gordurinha abdominal, mas nunca desconfiei de que havia algo errado. Fui a três médicos para confirmar a necessidade de operar e descobri que, assim como eu, muitas pessoas desconhecem que têm diástase”. Hoje, 4 anos após o procedimento, Olga está satisfeita com o resultado: “minha recuperação foi tranquila e com três meses pude voltar à academia e às minhas atividades normais”.
Adriana e Olga não estão sozinhas. O cirurgião Hélio Barroso, do serviço de Cirurgia Plástica e Reparadora do Hospital São Vicente de Paulo, conta que o procedimento para a correção da diástase do músculo reto abdominal é realizado com frequência. “Muitas vezes o paciente chega ao consultório sem ter uma noção exata do problema”.
O especialista explica que esta condição diz respeito à competência da musculatura abdominal que deve conter, de forma adequada, não só esteticamente, mas fisiologicamente, a pressão da cavidade intra-abdominal. “O problema pode surgir em consequência de uma gravidez, ou até mesmo de situações que levem a uma distensão maior dessa parede abdominal como, por exemplo, obesidade ou um grande ganho de peso”, ensina.
De acordo com o médico, nem todos os pacientes sentem dor, mas é comum ter incômodo ao realizar esforço, como o exercício abdominal. Além desta questão, há o lado estético: “o contorno abdominal fica prejudicado, especialmente quando a paciente exerce algum esforço na região do abdômen. Devido à diástase, não é possível manter rígida a parede abdominal e há uma tendência a um abaulamento, ou seja, uma distensão da parede abdominal”, afirma o cirurgião.
A cirurgia para a correção da diástase consiste na aproximação dos músculos retos abdominais, trazendo-os de volta a sua posição anatômica original. “Essa musculatura volta a ficar bem ajustada. É interessante dizer que esta é uma cirurgia que vem, na maioria das vezes, associada à abdominoplastia. Porque são pacientes que já passaram por ao menos uma gravidez ou por uma variação de peso”, finaliza o cirurgião.
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