A modelo Isabeli Fontana contou para seus seguidores do Instagram que retirou suas próteses de mama e disse se sentir melhor após a retirada, “Quero mostrar pra vocês como está o meu corpo. Meu seio ficou bem diferente, porque eu sempre quis tirar o implante, mas os médicos não deixavam…eu acordava com dor no peito e sensação de peso”. A modelo disse que após a cirurgia de explante está super bem. Conversamos com especialistas do Colégio Brasileiro de cirurgia plástica para esclarecer como funciona este tipo de cirurgia.
O presidente do Colégio Brasileiro de cirurgia plástica, CBCP, e cirurgião plástico Diovane Ruaro, diz que “é possível ver alguns pacientes que tiveram complicações devido ao uso de implantes, e isso inclui a prótese mamária também, não existem exames precisos, concisos e contundentes para afirmar que o silicone realmente é prejudicial. Há válvulas cardíacas e outras próteses corporais, como próteses na coluna lombar, próteses articulares e também o implante de silicone nas mamas. Todas essas próteses poderiam gerar problemas, não é apenas o implante mamário, mas ainda é cedo para demonizá-lo, para afirmar que o implante causa todos esses problemas, não é motivo para contraindicar o uso dos implantes de silicone no momento”.
Diovane Ruaro acrescenta que “outro ponto importante é dizer que colocar uma prótese é a mesma coisa que fazer um implante de gordura. O implante de gordura nas mamas é mais adequado para situações pequenas, assimetrias pequenas e irregularidades pequenas. Deve-se realizar o enxerto de gordura na mama em etapas, pois não se pode colocar uma grande quantidade de uma vez, pois não ficará harmônico nem elegante, e também pode gerar assimetrias. Muitas vezes, a gordura não oferece a consistência e o contorno marcado que se obtém com a prótese. A prótese tem uma consistência mais firme, um formato simétrico e adequado”.
O professor em cirurgia plástica Eduardo Teixeira, que também faz parte do Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica, explica que "quando falamos em opções em relação a outras alternativas de cirurgia plástica para mulheres que ainda possuem resíduos de mama, muitas optam por colocar prótese, mantendo a mama. Se ainda houver algum tecido mamário remanescente, é possível criar uma mama razoável, embora menor, muitas vezes complementada posteriormente com um pouco de gordura. Existe a opção de remover a prótese e reconstruir a mama. No entanto, no caso de uma mulher que já não possuía tecido mamário antes, ou que usou uma prótese por muito tempo, a própria prótese pode causar atrofia mamária, o que é observado”.
Para Teixeira, quando o paciente apresenta sintomas da síndrome ASIA , sintomas articulares ou sintomas associados ao uso de silicone, é necessário realizar uma investigação completa para determinar se é crucial remover ou não o implante. A incidência de câncer devido ao uso da prótese seria um tipo muito específico, como o câncer anaplásico de células gigantes. Trata-se de um câncer muito, muito raro, relacionado ao uso do silicone. No entanto, isso é realmente uma ocorrência, felizmente com uma incidência muito baixa, e na minha opinião, devemos comunicar isso de maneira adequada."
Professor Eduardo Teixeira esclarece que “os fatores que têm gerado uma certa tendência de remoção das próteses são, em primeiro lugar, o surgimento de uma nova condição, o linfoma anaplásico de grandes células associado à cápsula da prótese, que é um tumor vinculado à cápsula fibrosa que se forma ao redor da prótese. No entanto, a incidência é extremamente baixa, com muito poucos casos relatados em todo o mundo. A probabilidade de ocorrência é mínima em relação ao número total de próteses. O problema surge quando surge uma notícia, e estatisticamente, a probabilidade de ser informado sobre isso é menor do que ser atropelado ou sofrer um acidente de avião, possivelmente. Não estou afirmando isso, mas a chance é muito pequena. Este é um tumor que pode ser rastreado anualmente durante o exame, o que explica por que não há nenhuma recomendação oficial contra o uso de próteses por esse motivo. No entanto, algumas pessoas se assustam com a notícia”.
“Em segundo lugar, temos a síndrome Ásia , uma condição também muito rara, mas que foi descrita e está associada a sintomas bastante inespecíficos, como astenia, mialgia e dores articulares. Estes sintomas podem estar ligados a diversas outras situações, incluindo estresse, fadiga comum, trabalho ou viroses, sendo sintomas vagos descritos como associados à presença da prótese mamária. Alguns pacientes afirmam ter experimentado melhorias nos sintomas ao remover a prótese, enquanto outros continuaram a apresentar os sintomas após a remoção. A divulgação da existência dessa síndrome na mídia, juntamente com o linfoma, às vezes leva a uma onda de remoção de próteses”, afirmou o professor Eduardo Teixeira.
A utilização de gordura como método de aumento ou expansão mamária não é novidade e tem sido realizada há muito tempo em diversos locais. No entanto, ao comparar o implante de gordura com o implante de prótese, o último é considerado muito mais eficaz. A consistência das próteses é superior, e há um melhor controle sobre o volume, ao passo que com o implante de gordura parte do volume pode ser absorvido, e parte não. Imagina-se o desafio de ter diferentes absorções nas duas mamas após o implante de uma quantidade significativa de gordura. Além disso, o implante de gordura muitas vezes exige uma lipoaspiração, tornando, assim, necessário realizar duas cirurgias.
No mundo atual, há uma grande preferência pelo uso de próteses, pois é uma intervenção mais fácil e os resultados, em termos de consistência mamária, são superiores aos de uma mama preenchida com gordura. No entanto, se houver uma contraindicação para o uso de prótese ou se a mulher simplesmente não deseja uma prótese, o implante de gordura se torna então uma opção viável para repor o volume mamário, finalizou Eduardo Teixeira.
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