Lipedema: entenda a doença que afeta a youtuber Karen Bachini
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Lipedema: entenda a doença que afeta a youtuber Karen Bachini

Pouco conhecida, o Lipedema é uma doença que afeta hoje uma em cada dez mulheres, o que soma cerca de 5 milhões de brasileiras com a doença. A youtuber Karen Bachini contou nesta segunda-feira (23) que foi diagnosticada com a doença inflamatória e passará por cirurgia no próximo mês. Mas afinal, qual é o diagnóstico?  

Segundo a coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, Fábila Fernanda dos Passos da Rosa, o Lipedema é uma condição crônica e progressiva que causa acúmulo excessivo e desproporcional de gordura nas pernas, coxas e, às vezes, nos braços. “Indivíduos afetados por essa condição geralmente apresentam uma aparência característica, com pernas pesadas e inchadas, enquanto pés e mãos permanecem sem inchaço. Em alguns casos, o Lipedema pode ser erroneamente associado à obesidade, excesso de peso, linfedema ou insuficiência venosa. É crucial ressaltar que o Lipedema não está relacionado ao excesso de peso ou a hábitos alimentares inadequados, sendo necessário a realização de exames para compreender melhor a condição de saúde do paciente”, explica. 

O Lipedema pode trazer várias dificuldades e impactos para as mulheres que são afetadas por essa condição. Esse diagnóstico é predominantemente observado em mulheres, embora também possa afetar homens em casos raros. Entretanto, em mais de 90% dos casos, é o público feminino que é impactado. 

Fábila ressalta que as principais dificuldades e impactos do Lipedema para as mulheres são as alterações estéticas significativas, dor, hematomas e desconforto das áreas afetadas, limitações nas escolhas das roupas e atividades sociais e problemas de saúde mental com a autoestima. “Conforme a doença avança, o acúmulo de gordura pode resultar em complicações adicionais, como questões articulares e desafios de mobilidade”. 

Ainda em estudo, mas há evidências que os hormônios desempenham um papel importante na progressão do Lipedema. “Hormônios sexuais, como o estrogênio e a progesterona, parecem ter uma influência considerável no surgimento dessa condição. Durante a puberdade, gravidez e menopausa, é comum que essa doença se manifeste ou se agrave. Isso indica que as variações hormonais podem desencadear ou intensificar a condição”. 

Prevenção e tratamento 

O Lipedema ainda não tem formas de prevenção e cura concluídos devido a influência genética. No entanto, existem algumas medidas que podem ajudar a reduzir o risco de agravamento e melhorar o bem-estar das pessoas que já têm a condição. Quanto ao tratamento, o objetivo é aliviar os sintomas, reduzir o acúmulo de gordura e melhorar a qualidade de vida. A docente elencou algumas formas de prevenção e tratamento, confira: 

Diagnóstico precoce : Identificar a condição cedo é crucial para iniciar o tratamento adequado o mais cedo possível. 

Alimentação saudável : Uma dieta equilibrada ajuda a controlar o peso e evitar o acúmulo de gordura. 

Atividade física : Exercícios regulares melhoram a circulação e a saúde cardiovascular. 

Terapia física : Drenagem linfática e outras técnicas reduzem o inchaço e melhoram a circulação. 

Compressão : Roupas especiais de compressão ajudam a reduzir o inchaço e melhorar a circulação sanguínea. 

Medicamentos : Em alguns casos, medicamentos aliviam sintomas como dor e inflamação. 

Tratamento cirúrgico : Em estágios avançados, a cirurgia pode ser considerada para remover o excesso de gordura e melhorar a forma das pernas e braços. 

“É essencial que o tratamento do Lipedema seja abordado de maneira personalizada, com a supervisão de uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo médicos, dermatologistas, cirurgiões vasculares, fisioterapeutas e nutricionistas. Cada caso é singular, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais de cada paciente”, completa. 

A professora finaliza enfatizando que o Lipedema ainda é uma condição pouco conhecida e frequentemente subdiagnosticada. “Inúmeras mulheres encontram desafios para receber um diagnóstico preciso, o que pode resultar na sensação de falta de compreensão ou de não serem levadas a sério pelos profissionais de saúde”. 

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