Bruna Aiiso, de Terra e Paixão: 'Não usar maquiagem também é vaidade'
Rafael Mollica
Bruna Aiiso, de Terra e Paixão: 'Não usar maquiagem também é vaidade'

Em uma era em que publicar uma foto sem filtro ou sem maquiagem é quase inimaginável, sair de casa com a cara lavada é um ato de coragem e amor próprio. É o que acredita a atriz Bruna Aiiso , que dá vida a Dra. Laurita Correia , em ' Terra e Paixão ' (TV Globo). "Querer mostrar sua autoconfiança em não usar maquiagem também é uma forma de vaidade".

Aos 36 anos, a atriz conta ao iG Delas quais são os seus segredos para os cuidados com a pele: "Minha skincare é sagrada! Uso sabonete especial para o meu tipo de pele, vitamina C e protetor solar pela manhã. À noite, sérum para linhas finas e rugas". No dia a dia, Bruna prefere usar apenas corretivo e blush.

Representatividade 

Fato é que a representatividade amarela na televisão brasileira caminha em passos lentos. Pergunte a si mesma a quantos atores e atrizes com ascendência asiática você já assistiu nas produções nacionais. É por isso que Bruna vibra com o sucesso de Dra. Laurita. "É uma oportunidade que o Walcyr Carrasco [autor da novela] me confiou e que serei sempre grata".

Nascida em São Paulo, a atriz começou a carreira no teatro. Mas seu primeiro trabalho na TV foi como repórter do Globo Esporte. Em 2019, estreou como Toshi Noshimura em sua primeira telenovela, 'Bom Sucesso', e um ano depois, deu vida a Nioko Takeda na série 'A Todo Vapor', da Amazon Prime Video.

Agora, ela volta às telinhas com um novo desafio: viver a sua primeira "anti-heroína". A médica de 'Terra e Paixão' contribui para o vício de Petra (Debora Ozório) em remédios tarja preta, ao prescrever receitas sem necessidade para a amiga. "Foi um mergulho profundo em um universo, até então, totalmente desconhecido. Tem tanta gente passando por tanta coisa no mundo, e às vezes nos fechamos em nossas bolhas e não enxergamos o outro". 

Dra. Laurita Correia é também a sua primeira personagem em horário nobre da Globo e com sobrenome brasileiro, uma vitória contra os estereótipos, tanto para ela quanto para outros atores de pele amarela. "Nós somos brasileiros, estamos presentes na sociedade em diversas condições, profissões e realidades, podemos interpretar qualquer personagem, somos indivíduos únicos com caráter e personalidades únicas, tem gente de todo tipo, e isso precisa refletir na dramaturgia: a vida como ela é!".

Quando questionada se acredita que hoje o Brasil evoluiu em termos de representatividade amarela na TV, Bruna responde: "Se eu disser que não, estarei sendo injusta, mas preciso dizer que essa evolução é muito lenta e desproporcional, não só à quantidade de atores amarelos que existem hoje no Brasil, mas também ao mercado audiovisual no mundo, haja visto que em produções estrangeiras, por exemplo, a representatividade é muito mais presente e aplicada".

Já quando às suas suas referências no audiovisual brasileiro, ela cita: "Impossível não mencionar Danni Suzuki, ela é minha primeira referência de atriz amarela de sucesso. Mas agora também, me aproximando dos 40 anos, tenho pensado muito em tudo que ainda quero conquistar, viver e realizar e me vem à cabeça uma mulher que admiro muito: Mônica Martelli".

"Ela tem uma história que eu me identifico, que é essa de 'começar a dar certo' depois de uma certa idade. Ela conquistou o auge do sucesso e realização profissional depois dos quarenta, e eu me vejo nisso, me inspiro na trajetória artística dela e acredito que a minha caminhada está indo nessa direção, o que eu acho maravilhoso, pois a maturidade nos traz tanta clareza, tanta paz, tudo é mais leve, e eu busco isso pra mim", acrescenta a atriz.

Saúde mental

Além de seu retorno à televisão, Bruna Aiiso está com novos projetos para o cinema. A atriz está no elenco do filme 'Silvio Santos - O Sequestro', que tem Rodrigo Faro como protagonista. Outra produção que participa em 2023 é a comédia 'Um dia cinco estrelas', ao lado de Danielle Winits, Carol Nakamura, Nany People e Ed Gama. 

Entre um intervalo e outro nas gravações, Bruna acredita ser importante reservar um tempo na agenda para cuidar da sua mental. "Nessa profissão, a saúde mental vive oscilando. Acho que meus colegas vão concordar comigo", brinca a atriz, que acrescenta:

"O importante é fazer terapia, atividade física, conversar com os amigos, verbalizar as coisas, sair do automático e olhar para dentro. Vez ou outra, vem uma frustração, uma cobrança em demasiado, uma decepção, fora os problemas da vida pessoal que todo mundo tem, mas esse tempo pra cuidar de nós precisa existir".

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** Gabrielle Gonçalves é repórter do iG Delas, editoria de Moda e Comportamento do Portal iG. Anteriormente, foi estagiária do Brasil Econômico, editoria de Economia. É jornalista em formação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).

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