Paolla Oliveira assinou contrato para não usar mais filtros
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Paolla Oliveira assinou contrato para não usar mais filtros

Paolla Oliveira só vai aparecer ao natural em suas redes sociais. A decisão é resultado de um 'contrato' firmado entre a atriz e a Dove, em ação que pretende desintoxicar conteúdos que reforçam padrões irreais de beleza. 

O objetivo é alertar sobre as problemáticas da pressão estética que reforça padrões irreais de beleza nas redes sociais, convidando o público e formadores de opinião a minimizar referências que prejudicam a saúde física e mental principalmente de meninas e jovens mulheres do país.

Além de Paolla , a marca aposta em um time de influenciadoras composto por 10 nomes, que assinarão o contrato e reforçarão a mensagem em suas redes sociais. Entre eles, Astrid Fontenelle, Dora Figueiredo, Mariana Mendes, Dandara Pagu e Angélica Silva. O objetivo é mostrar que a criação de conteúdo, a influência e o uso das redes sociais podem ser feitos com mais responsabilidade e transparência, tornando o ambiente digital mais real e, consequentemente, mais seguro para a saúde mental de todos. 

Para cirurgião plastico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Hospital Albert Einstein, Wendell Uguetto, os filtros sempre foram feitos de forma a modificar algo indesejável no rosto e sempre realçando o belo. Temos padrões de beleza, temos proporções, inclinações, tamanho de boca, de nariz, de orelha, tudo em relação proporcionada.

"E consideramos bonito o padrão com uma proporção que é vista como harmoniosa. Então a ideia do filtro é distorcer o rosto de maneira positiva a fim de dar beleza. Até tempos recentes, a maioria dos filtros eram feitos por uma pessoa que modificou algo exato naquele aplicativo: um que inclina um pouco o olho, o outro que mexe na boca, outro que altera o nariz, um que mexe no contorno da mandíbula, etc", diz. 



O médico alerta que agora houve uma mudança com os filtros com inteligência artificial, que já identificam as "anormalidades" de cada rosto e tentam colocar no padrão prévio de beleza. "Isso faz com que a grande maioria hoje na hora de se expor queira fazê-lo de uma maneira melhor, mais bonita, mais aceitável para os outros e quando a pessoa se olha na foto sem o filtro, começa a se achar feia. então não é nem só a distorção da autoimagem, mas o que acho pior do que isso são as alterações psicológicas que estes aplicativos podem trazer pelo fato do indivíduo não ficar satisfeito consigo mesmo, buscando melhorias através de algo que não é real, que é uma imagem, algo artificial, não conseguindo atingir esse efeito", analisa Uguetto.

Ele conta que, consequentemente, as pessoas buscam procedimentos cirúrgicos e estéticos para se tornarem parecidas com a imagem observada no filtro, podendo levar à busca incessante da perfeição com base em algo irreal. "Então o médico não é que ele tem o direito, mas sim a obrigação de barrar esse tipo de procedimento em demasia no consultório. Pacientes que chegam com buscas condizentes com a realidade, que conseguimos melhorar com procedimento cirúrgico ou estético simples, perfeito, estamos indicados a fazer. Agora quando identificamos que esse paciente está procurando vários procedimentos de uma forma que dificilmente vai deixá-lo satisfeito, o especialista tem a obrigação de se recusar a fazê-lo, a conversar com familiares para fazer um alerta e até mesmo encaminhá-lo para um tratamento psicológico ou psiquiátrico."

Dados alarmantes

A ação da Dove teve por base a última pesquisa realizada pelo Projeto Dove Pela Autoestima, onde 74% dos jovens de 10 a 17 anos entrevistados, afirmam que foram expostos a conteúdos tóxicos de beleza nas mídias sociais, com incentivo a transformações da aparência ou perda de peso. É por isso que, no Brasil, 96% dos profissionais de saúde mental se preocupam com o aumento de autoflagelação e suicídio entre os jovens devido à exposição de conteúdos tóxicos nas redes sociais. Segundo a pesquisa: 

97% dos jovens de 10 a 17 anos dizem que foram expostos a conteúdos tóxicos de beleza nas mídias sociais; 
74% dos jovens de 10 a 17 anos dizem que foram expostos a conteúdos que incentivam a perda de peso/transformação corporal nas mídias sociais; 
65% dos pais sentem que as plataformas de mídia social não protegem os jovens de danos à sua saúde mental;
94% de profissionais especializados em saúde mental preocupam-se com o aumento da ansiedade e depressão entre os jovens, devido à exposição às redes sociais; 
88% profissionais especializados em saúde mental afirmam que as redes sociais têm um impacto negativo na saúde mental dos jovens;
69% de profissionais de saúde especializados em saúde mental acreditam que o conteúdo que mostra corpos perfeitos e irrealistas pode levar a consequências físicas, como distúrbios alimentares, autoflagelação etc.

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