Segundo especialistas, consumo de melatonina é recomendado com supervisão médica
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Segundo especialistas, consumo de melatonina é recomendado com supervisão médica


Na última semana, a marca da influenciadora e empresária Virgínia, WePink, foi centro de mais uma polêmica nas redes. No dia 25 de junho, a empresária anunciou a venda de um produto inédito em sua linha: cápsulas de melatonina.

Segundo a marca, as cápsulas ajudam “no bom funcionamento do organismo” e “a dormir com mais facilidade, auxiliando na diminuição da insônia”.

Para entender se a melatonina é realmente uma cápsula segura, o iG Delas conversou com profissionais da saúde especialistas em hormônios.

O que é a melatonina?

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo humano. Sintetizada na glândula pineal, que fica no cérebro, ela é conhecida como ‘hormônio da escuridão’ e é essencial para a transição do estado de vigília ao sono.

Além da produção natural no cérebro, a melatonina também pode ser encontrada em alimentos, como no ovo, leite, aveia, abacaxi, ameixa, nozes, amêndoas, kiwi, cereja e em peixes.

À medida que a noite se aproxima e a luz diminui, a produção dessa substância aumenta, alcançando níveis máximos durante a noite e preparando o corpo para dormir. Ao amanhecer, quando o sol nasce e a luz é intensa, a produção de melatonina é inibida pelo corpo.

Esse hormônio é comercializado livremente no Brasil: qualquer pessoa acima de 19 anos pode comprar a substância sem a necessidade de prescrição médica. Mas, de acordo com os especialistas consultados pela reportagem, ainda é muito importante ter uma receita para consumir o produto.

“Hoje em dia, a melatonina é comercializada em balinhas que dizem servir para tudo. Além dos problemas de sono ligados à saúde, muitas pessoas têm hábitos de sono ruins e, mesmo assim, querem deitar na cama e já apagar com a ajuda do remédio”, explica o médico e diretor do Instituto do Sono, Gustavo Moreira.

É o que reforça a psicóloga e especialista em Psicofarmacologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUS-HC), Larissa Fonseca. Para a especialista, o sono nos tempos atuais é considerado “uma perda de tempo” para muitos indivíduos.

“Estamos a cada dia com mais atividades e prolongamento do dia em decorrência da tecnologia, iluminação artificial, situações estressantes e excesso de substâncias que inibem o sono como bebidas com cafeína e energéticos”, conta a psicóloga.

O excesso de estímulos visuais, como a exposição prolongada à luz intensa e brilhante à noite, afeta intensamente o sono. Celulares e computadores emitem uma luz azul que confunde o cérebro, fazendo com que ele pense que ainda é dia, como explica Gustavo: “a própria luz do celular é suficiente para dizer ao cérebro que é dia e inibir a produção de melatonina.”

Segundo Moreira, esse hormônio é indicado em bulas para tratar problemas de sono, como insônia, dificuldade inicial de sono, depressão e ansiedade. “Ela pode ajudar a regularizar o sono e facilitar o processo de adormecer”, aponta.

Melatonina x Beleza

Se você já ouviu falar em ‘sono da beleza’, saiba que sim, é verdade: a melatonina influencia também sua aparência.

Essa substância possui propriedades antioxidantes, já que combate o estresse oxidativo e protege as células contra danos causados pelos radicais livres. Isso pode contribuir com uma pele mais saudável e protegida contra o envelhecimento precoce.

Quando não se tem um sono adequado, é comum que as pessoas apresentem olheiras, pele sem brilho e aparência cansada. A longo prazo, a queda desse hormônio auxilia o envelhecimento precoce da pele - dormir bem previne esses problemas.

Os profissionais concluem que para conquistar uma pele saudável e uma boa noite de sono, não é necessário ingerir cápsulas de melatonina ou suplementação, e sim promover uma mudança de hábitos que promovam uma melhor qualidade de vida.

A psicóloga Larissa cita hábitos que podem transformar a rotina e melhorar a qualidade de sono, como:

  • Manter o horário de dormir e acordar todos os dias, inclusive no final de semana. O organismo não compreende sábado e domingo;
  • Dormir em ambiente adequado (luminosidade, temperatura e barulhos);
  • Reduzir consumo de bebidas estimulantes próximo ao horário de dormir;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas principalmente próximo ao horário de dormir;
  • Evitar o uso de equipamentos eletrônicos (telas) e atividades estressoras no período noturno. (Inclusive atividade física);
  • Praticar atividade física preferencialmente ao longo do dia e não da noite; Consumir uma alimentação leve pela noite para facilitar a digestão.

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