Queda de cabelos preocupa e mexe com a autoestima. “A calvície (Alopécia de padrão Androgenético) como o próprio nome diz tem relação sim com hereditariedade, ancestralidade. Mas a genética não é o único fator que leva a miniaturização dos fios de cabelo, processo principal que leva a perda dos fios por afinamento dos mesmos nas áreas do couro cabeludo predispostas a tal”, explica o dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e pós -graduado em tricologia e terapia capilar pela Universidade Anhembi Morumbi (SP).
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“O conceito aceito pela comunidade científica até hoje é que o eixo hormonal masculino e feminino, constituído, respectivamente por ovários/útero e testículo/próstata, levam a produção de hormônios androgênicos (como testosterona). Essa, por sua vez se transforma em DHT (dihidrotestosterona), através da ação de uma enzima (5 alfa-redutase). A DHT, então, age no folículo piloso e causa a chamada miniaturização dos fios com o passar dos anos nas pessoas predispostas geneticamente a isso. Todo esse processo se inicia na puberdade, com os “hormônios a flor da pele”, detalha Dr. Felipe Chediek, que atua com tricologia sistêmica.
Com a evolução de estudos e tratamentos, vem mudando as técnicas utilizadas para tratar a calvície. “Desde a década de 90 temos como alvo terapêutico o bloqueio então dessa enzima 5 alfa redutase com intuito de diminuir a DHT e reduzir ou cessar o afinamento dos fios. Mas hoje sabemos que além desse mecanismo existe outros fatores externos e internos envolvidos na gênese da doença, alguns relacionados a fatores como estresse crônico neuropsicológico, hábitos de vida não saudáveis (como alimentação inadequada), intoxicação, exposição a toxinas (metais pesados por exemplo) que contribuem para o agravamento do quadro”, explica o médico.
Há diversos fatores que podem contribuir para a calvície. “Ao sermos expostos a fatores agressores à saúde e que afetem o que chamamos de eixo integrado neuro-endócrino-imunológico (que compreende ovário/útero na mulher, testículo/próstata no homem, além da glândula pineal (no cérebro), tireoide, pâncreas, timo, medula óssea, baço e gânglios linfáticos) pode afetar a saúde geral e consequentemente os cabelos. Por exemplo, a pessoa tem uma predisposição genética a miniaturização dos fios, mas tem uma alteração nos hormônios tiroidianos isso pode contribuir para uma perda ainda maior de cabelo se não for restabelecida a saúde desse órgão”, afirma Felipe Chediek.
Mas será que existem tratamentos para evitar a calvície genética? “Atualmente temos diversos tratamentos para alopecia de padrão androgenético. Seja com uso de medicamentos e suplementos por via oral, por via tópica (aplicação direto no couro), além de aplicação de injeções intradérmicas (dentro da pele) de ativos que auxiliam o crescimento e o engrossar dos fios, com associações como laser de baixa intensidade, plasma rico em plaquetas (no qual se utiliza o próprio sangue da pessoa), vacuoterapia (como uma ventosa para melhorar oxigenação dos fios) entre outros. Todo tratamento é planejado após devido diagnóstico da patologia que esta acometendo os fios, e muitas vezes requer exames complementares (como coleta de sangue) para ai sim prescrição personalizada de acordo com a necessidade individual”, explica o dermatologista.
Para a calvície causada por fatores externos também existe tratamento.
“Nesses casos identificar o fator causal e corrigir o mesmo. O tratamento deve ser integrado, olhar o indivíduo como um todo e entender que está acontecendo no cabelo pode ser reflexo de alterações outras no corpo e está refletindo nos fios. Entender que cabelo é um marcador de saúde também”, detalha o médico.
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“Qualquer perda de cabelo, seja por queda ou afinamento dos fios é importante que saibamos que pode ser por um ou mais motivos, nem sempre genético. Geralmente a causa é multifatorial. Pensar e estudar os fios requer pensar e estudar o indivíduo como um todo e entender que a perda pode ser um reflexo de uma saúde fragilizada”, conclui Felipe Chediek.