Cortei meu cabelo em uma videochamada com um cabeleireiro e amei o resultado

Decidi encarar o "novo normal" de vez e chamei um cabeleireiro para me ajudar a cortar meu cabelo em casa; veja como foi a experiência

Desde que eu entrei na quarentena, o normal que mais me fez falta foi a possibilidade de ir até um salão cortar meu cabelo. Por isso, mesmo sabendo que ainda não conseguimos simular a mão do outro virtualmente, mergulhei na ideia de cortar meu cabelo por videochamada com um cabeleireiro profissional me supervisionando.


Antes e depois do meu corte da quarentena
Foto: Mariana Mazzoni
Antes e depois do meu corte da quarentena



O cabeleireiro que entrou comigo nessa foi o Thiago Braga, que trabalha no salão Celso Kamura da Consolação, no centro de São Paulo. Ele cobra R$ 100 pela assessoria no corte.

Acessórios para cortar cabelo em casa

Quando nós estávamos marcando um horário, Thiago me disse que eu precisaria de um pente, uma tesoura e uma toalha ou capa. Ele também se ofereceu para me enviar algum dos itens caso eu precisasse -- tudo bem, já tinha tudo em casa.

Logo antes de fazer a ligação, separei também algumas "piranhas" para prender o cabelo e mais de um tipo diferente de pente. No fim, só usei mesmo a tesoura e o pente maior. Ah, mas a toalha eu esqueci mesmo - se você for cortar o cabelo em casa  recomendo que use (ou uma capa, caso tenha) para não ficar se coçando por conta das pontas que caem dentro da roupa. Sofri com essa coceira.

Foto: Mariana Mazzoni
Meu cabelo estava assim, há aproximadamente 5 meses sem corte


Tesoura a postos!

Quando finalmente chegou a hora e entramos na videochamada, expliquei para o Thiago como queria meu cabelo. A ideia era tirar uns quatro dedos do comprimento e, bom, meu corte atual era um pouco maior na frente que atrás, mas não sabia se seria capaz de manter isso sozinha. O profissional deu uma risadinha da minha cara ao ouvir a minha ideia, mas pareceu confiante no meu potencial!

Você viu?

Começando o corte efetivamente, Thiago me instruiu a deixar o cabelo solto mesmo, o que mais me surpreendeu -- não precisei dividir meu cabelo nem prender nenhuma parte. Começamos com a mecha da frente e eu fui usando essa parte como guia para cortar as mechas seguintes, até chegar lá atrás. 

Em geral, não teve muito segredo, foi muito sensorial, mas em alguns momentos parecia que não ia dar certo. Fui cortando da forma que me agradava e acertando os fiapos que ficavam pelo caminho.

Foto: Mariana Mazzoni
Eu e Thiago no meio do processo. Confesso que nesse momento parecia que nada ia dar certo

O mais complicado de cortar cabelo em casa

Acredito que a parte mais difícil tenha sido a da nuca, especialmente para quem tem cabelo curto como eu. Por sorte, no banheiro da minha casa tem uma porta de espelhos que serviu pra eu ver a parte de trás da minha cabeça. E, claro, o Thiago checava como estava ficando a todo momento.

Outra dificuldade que eu tive foi a de usar a tesoura de trás para frente ou com a minha mão esquerda (por ser destra). A lâmina fica em um ângulo diferente e eu não conseguia acertar para que ela cortasse. Não sei se isso acontece com todos ou se é uma limitação pessoal, mas por conta disso o Thiago sugeriu que eu usasse uma lâmina de barbear em alguns momentos.

Repicado e movimento? Temos!

No fim, ele me ensinou algumas técnicas para repicar o meu cabelo e dar mais movimento ao corte e… tcharãn! Chegamos ao consenso de que estava finalizado. “Acho que você leva jeito”, disse o cabeleireiro. 

Foto: Mariana Mazzoni
Depois de tudo, meu cabelo ficou assim, bem n altura do maxilar, como eu gosto



Conclusão


Tenho uma tendência a gostar de fazer essas coisas em casa - eu mesma pinto o meu cabelo e no primeiro mês do isolamento social já tinha me arriscado na “ franjinha quarentener ” sozinha --, então a experiência foi incrível e muito divertida. Ter achado um profissional que abraçou essa loucura e se divertiu junto comigo no processo também foi muito importante.

Quando brinquei com o Thiago sobre ele estar me incentivando a nunca mais pisar em um salão e acabar com a profissão dele, ele me respondeu: “Eu incentivo mesmo, porque eu acho muito legal, amo cortar meu próprio cabelo e acho que todo mundo devia tentar. Cabelo é sobre se sentir bem, se estiver errado e torto, não importa. O que importa é você gostar”.

Cabelo é cabelo, no fim cresce e você pode mudar de novo. Caso esteja se sentindo muito insegura, faça como eu e busque um especialista de confiança para te ajudar nessa.