Ano após ano o mercado de beleza surpreende com novos procedimentos – muitas vezes inusitados ou até mesmo bizarros. E quem não se lembra da pedicure com peixes? Após viralizar na internet, o método ganhou espaço em alguns salões ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Contudo, um acontecimento provou que a técnica não é nada segura para a saúde das unhas .
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De acordo com um conteúdo publicado no JAMA Dermatology (EUA), uma mulher perdeu todas as unhas dos pés após se submeter ao “ peixe-pedicure ”. O relatório apontou que a jovem de 20 anos apresentou um “histórico de seis meses com as unhas anormais”.
O problema não estava relacionado com lesões causadas por contato de atividade física, nem a doenças e machucados nos pés. Foi aí, então, que ela relatou que havia passado pelo tratamento com os peixes antes de seus problemas começarem.
Como funciona a pedicure com peixes?
Antes de continuarmos, vale entender como funciona o procedimento. É simples: você mergulha os pés em uma bacia de água com uma espécie chamada “peixe-médico” para que eles comam a pele morta.
Como os autores do estudo apontam, a prática pode, de fato, ser funcional. Pesquisas indicaram que o método pode ser usado para reduzir placas de psoríase (descamação), já que os peixes basicamente comem as camadas mortas enquanto ignoram a pele saudável. Algumas pessoas que fizeram afirmaram que, de fato, garante pés macios e cheirosos. Porém, como os autores declararam, essas alegações são infundadas.
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Por que as unhas caíram?
Agora vamos voltar à história da mulher. Os médicos acabaram descobrindo que ela havia desenvolvido onicomadese – quando a raiz da unha se separa do tecido sob ela, impedindo seu crescimento. E foi isso basicamente que as fez caírem.
“Em meu conhecimento, este é o primeiro caso associado a um ‘peixe-pedicure’”, escreveu Shari R. Lipner, autora do estudo e dermatologista da Weill Cornell Medicine (EUA). Ela acrescenta que, embora não esteja claro por que isso aconteceu, as mordidas dos peixes podem ter causado trauma às unhas, forçando-as a parar de crescer.
Os autores do estudo também apontam que esse método é bem arriscado. Isso porque os peixes (e as bacias) podem não ser higienizados adequadamente nos estabelecimentos, além de muitas vezes serem reutilizados. Isso torna a transmissão de infecções uma possibilidade muito real – algumas pessoas relataram infecções por Staphylococcus aureus após passar pelo “peixe-pedicure”.
Outro sinal vermelho é que eles são banidos em mais de 10 estados dos Estados Unidos por conta da questão de higiene. E pior: pode ser até que te coloquem para fazer os pés com peixes que, na verdade, nem são os medicinais, mas sim da espécie Chinchin chinês. Eles são frequentemente confundidos – exceto pela diferença de que o Chinchin tem dentes e extrai sangue, de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (EUA).
Por fim, mais um ponto negativo dessa técnica é que, para comer pele humana, os peixes precisam estar morrendo de fome – o que é bem cruel. Portanto, definitivamente não vá a um “peixe-pedicure”. Aposte no método tradicional e desfile por aí seus pés saudáveis.
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