Micropigmentação em estrias é recomendável? Dermopigmentadora faz alerta

Com a procura pelo tratamento em alta, especialista resolveu falar as verdades que ninguém nunca contou sobre os riscos da micropigmentação

Desde que a micropigmentação em estrias e sobrancelhas ganhou espaço no mundo estético , várias pessoas começaram a apostar tudo no procedimento para se livrar de machas e cicatrizes em outras partes do corpo. Segundo a dermopigmentadora Salime Atiê, de 33 anos, a procura de suas clientes cresceu muito, mas a maioria não faz ideia de que o processo é invasivo e o resultado pode decepcionar com o passar do tempo.

Micropigmentação em estrias pode piorar a aparência da pele, como no caso da foto, segundo especialista paranaense
Foto: Reprodução/Instagram
Micropigmentação em estrias pode piorar a aparência da pele, como no caso da foto, segundo especialista paranaense


“Eu não recomendo e nunca vou recomendar a micropigmentação em estrias . A introdução de micropigmentos na pele é um procedimento muito delicado, que requer muito conhecimento e prática de um profissional. Na hora que é feito fica maravilhoso, perfeito, mas ninguém fala como isso vai ficar depois de alguns meses ou anos”, diz a moça, que só realiza o trabalho em sobrancelhas, lábios, olhos e estrutura capilar.

Preocupada com a grande procura de pessoas que querem acabar de uma vez por todas com as estrias por meio da micropigmentação, Salime conta que resolveu usar o Instagram para divulgar a foto que recebeu de uma amiga, do Espírito Santo, mostrando que não ficou feliz com o resultado do procedimento. Na legenda do post, que foi muito curtido e comentado, a profissional explica o motivo de negar esse tipo de trabalho e diz que as pessoas precisam procurar bons profissionais antes de se arriscarem.

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“Sempre peça resultados comprovados e com mais de um ano realizado porque essas manchas não aparecem de um dia para a noite”, aconselha a especialista. O problema de optar pelo tratamento, segundo ela, é que o pigmento introduzido na pele, com o tempo, altera a cor. “O calor influencia na tonalidade. Na verdade, são várias coisas que influenciam. O sol, a melanina. A nossa pele não é uma parede que você compra uma tinta, passa e já fica naquela cor”, argumenta.

Qual a diferença da micropigmentação em estrias e nas sobrancelhas?

Foto: Reprodução/Instagram
A micropigmentação em estrias é bem diferente do trabalho feito nas sobrancelhas. Ainda assim, é preciso escolher bem o profissional e entender os riscos do procedimento invasivo


As sobrancelhas ficam expostas ao sol tanto quanto as estrias. A diferença, no entanto, está na tonalidade a ser aplicada. De acordo com a profissional, acabar com as estrias é muito mais complicado porque a intenção das mulheres, ao fazerem esse procedimento, é sumir com as marquinhas e ninguém diz que isso não vai acontecer de forma alguma.

“Eu costumo dizer que cada macaco deve ficar no seu galho. As tonalidades de pigmentos são diferentes para sobrancelhas, aréolas, olhos, lábios e cicatrizes. Cada região tem seu tipo de pigmento, mas é claro que o profissional precisa entender de colorimetria para trabalhar com isso. Se ele não souber, a cor vai alterar na sobrancelha também. É comum encontrarmos pessoas com as sobrancelhas em tom alaranjado ou azulado porque não é só aplicar”, explica.

É preciso entender, segundo Salime, que não existe um segredo para se livrar das estrias , apenas existem formas de amenizar a aparência das marquinhas. “Não dá para tirar com tratamentos estéticos. Existem apenas as cirurgias plásticas. Os cremes só amenizam a aparência. E eu prefiro deixar a cliente com a marca de suas próprias estrias, que são naturais, do que com as marcas de uma micropigmentação irreversível”, defende ela, ao detonar esse e outros procedimentos.

“A mídia está falando muito sobre o assunto e, por conta disso, muita gente também está procurando a micropigmentação em olheiras ou a aplicação do blush, com micropigmentação, nas maçãs do rosto. Isso é um absurdo. Não é correto fazer micropigmentação em estrias por causa das alterações, as pessoas não falam, mas elas ficam brancas ou até mais escura. Em alguns casos, a pessoa fica parecendo uma zebra. Tem que ter muita cautela”, finaliza.