
Por Guilherme Giagio
Para muita gente, o Carnaval é o período perfeito para beijar muito — e isso inclui até mesmo desconhecidos. No entanto, a pouca ou nenhuma conexão emocional entre os envolvidos não afasta a chance de florescer um sentimento a mais.
Na verdade, há quem acredite justamente no contrário: é a chamada paixão de Carnaval. O clima festivo do feriado prolongado, somado ao uso de fantasias, é o ponto de partida dessa sensação.
Essa atmosfera é ideal para conexões rápidas e envolventes. Mas, afinal, trata-se de um mito ou realmente existe algo por trás? A psicologia explica. Ao portal iG , a psicóloga Tatiane Mosso detalha os efeitos da pegação no período no cérebro.
A psicologia das conexões durante o Carnaval
Para alguns foliões, basta apenas um beijo rápido durante um bloquinho para florescer um sentimento maior. É que os romances de Carnaval parecem ser muito mais intensos. E a resposta para o fenômeno está no cérebro.

"Durante o Carnaval, há mais exposição a estímulos que aumentam a excitação emocional, como música alta, multidões e um ambiente de euforia coletiva. Isso faz com que o cérebro libere mais dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à motivação, intensificando a sensação de atração e bem-estar ao lado de alguém", explica Tatiane.
Já sobre as fantasias, a psicóloga destaca que os adereços funcionam como uma espécie de "máscara social". Isso as ajuda a inibir a timidez, gerando mais liberdade para flertar e se conectar com outras pessoas: "Pode criar a ilusão de uma compatibilidade instantânea".
A paixão de Carnaval vai além disso?
Embora a intensidade aumente, as coisas costumam voltar ao normal ao final da folia. De acordo com Tatiane, a maioria das relações iniciadas no Carnaval acabam logo após o período.
Isso ocorre pela intensidade emocional e o contexto lúdico do período de festas. Quando a rotina volta ao normal, as relações também tendem a voltar: "A prioridades mudam e a pessoa pode perceber que aquele encanto estava mais ligado ao ambiente do que à conexão real".

No entanto, isso não exclui o caráter especial da paixão de Carnaval. A especialista reforça que a folia é um recorte especial da vida, e que nem toda paixão precisa ser eterna para ser validade.
Ainda assim, essas relações precisam ser saudáveis do ponto de vista emocional. Além disso, ainda há chances de acontecerem excessões. Ou seja, se você criou alguma paixão de Carnaval, pode ser que ela se desenvolva e gere frutos.