Flávia Montenegro/Divulgação
"As pessoas estão procurando serem mais leves e felizes", aponta Luana Piovani sobre sexualidade; na foto, a atriz como Mina para o filme "Maior que o Mundo"

Luana Piovani fez uma passagem relâmpago pelo Brasil para divulgar seu novo filme, “Maior que o Mundo”, que chega aos cinemas na próxima quinta-feira (18). Se trata de um dos projetos mais diferentes da carreira da atriz: além de ser o primeiro trabalho underground de Luana, foi a  primeira vez que ela aceitou aparecer nua em cena para uma cena de sexo a três . O filme também tem no elenco Eriberto Leão, Gabi Lopes e Maria Flor.

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Em conversa com o iG Delas, Luana conta que essa foi a chance de “desconstruir a imagem do público brasileiro sobre quem é Luana Piovani”. No longa, a atriz vive Mina, uma mulher bissexual na casa dos 40 anos que frequenta o Baixo Augusta (bairro boêmio no centro de São Paulo) e se joga no mundo sem medo, seja nas noitadas regadas a álcool e droga ou por experimentar a própria sexualidade sem amarras.

A atriz celebra o trabalho feito ao retratar Mina para mostrar como cada pessoa, incluindo as mulheres mais maduras, pode ser multidisciplinar. "A arte serve para nos mostrar e nos expor a nossa realidade, e a realidade também é o Baixo Augusta. As pessoas também gostam de se divertir, se drogar e se relacionar. A vida não é só casar, ter filhos e ir na feira comprar legumes".

Luana celebra como a personagem é capaz de ilustrar o atual momento, que incentiva a autodescoberta sexual e a necessidade de repensar os impedimentos na hora de viver aventuras ao se relacionar amorosamente com o outro.

"É um movimento natural. As pessoas estão procurando serem mais leves e felizes, e tirar as pedras de ferro do pé vai ajudar bastante. Acho que estamos entendendo que a vida está muito difícil, efêmera e fugaz e que temos que tentar ser felizes o quanto antes nessa vida rápida que nos deram".

Por mais que seja uma incentivadora de se libertar dessas amarras, Luana não consegue se ver em um relacionamento aberto ou experimentando um ménage, como faz a personagem.

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"Eu não acho que o casamento seja uma instituição muito feliz, por exemplo. Acho que ela acaba dando errado em algum momento. Mas, apesar de eu achar isso, eu não consigo ter essas atitudes na minha vida. Eu não consigo ter um amor livre", diz Luana.

O motivo para isso está na base de ensinamentos que ela teve ao longo da vida desde cedo. "Meus anos no colégio católico e a minha criação evangélica falam mais alto do que tudo isso que eu penso (risos)", conta.

Fora da caixinha

Luana conta que o que a atraiu para “Maior Que o Mundo” foi o “roteiro pitoresco, diferente e interessante”. “Foi muito prazeroso e divertido fazer esse filme”, conta a atriz, que emenda que gostaria de ser chamada para fazer mais papéis diferentes para explorar outros perfis de personagens.

"Vejo que as pessoas me colocam muito numa caixinha da comédia romântica ou da personagem muito segura de si. Mas eu sou uma atriz que estudo há muitos anos. Tenho muita experiência em teatro, televisão e cinema. Eu sou apta para fazer vários tipos de personagens", pontua.

Perguntada se existe algum tipo de personagem específico que adoraria interpretar no momento, ela responde rápido: "Adoraria fazer uma nordestina. Amo o nordeste, amo o sotaque e me identifico horrores com a alegria de viver deles"

Atualmente, Luana está gravando a novela portuguesa “Segredo”, que será exibida pela emissora Sic. No entanto, ela deixa claro que mantém as portas bem abertas para o cinema brasileiro e que quer receber convites para trabalhar: “Escreve aí bem grande e letras garrafais que está aberta a temporada de roteiros na minha mesa. Por favor, mandem roteiros", pede a atriz às produtoras e profissionais do audiovisual do Brasil.

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