Sempre aberta em relação a sexualidade, Anitta revelou recentemente que já fez uma orgia , prática sexual também muito conhecida como suruba, com sete pessoas na mesma cama. Segundo a diva pop, ela teve um relacionamento com uma pessoa que apreciava juntar várias pessoas. Em certa ocasião ela e esse ex ficaram com mais três casais.
De acordo com Sofia Menegon, consultora de sexualidade e apresentadora do podcast Louva a Deusa, o sexo grupal pode ser uma oportunidade de experimentar novas formas de sentir prazer com intensidade e de forma única. “Além disso, nos permite quebrar uma série de tabus e crenças limitantes e estar aberta ao imprevisível”, afirma.
Contudo, ver a fantasia se tornar realidade pode gerar várias dúvidas entre quem deseja realizá-la. Como manter a prática sexual segura com mais de um parceiro? Existe um código de conduta com relação a pessoas comprometidas? Como evitar gafes ou mal-entendidos e aproveitar esse momento ao máximo?
Veja a seguir os conselhos de Sofia Menegon e a ginecologista Evelyn Prete sobre como se preparar para este momento para curtir de forma segura e prazerosa para todas as pessoas envolvidas.
Como saber se quero entrar em uma suruba?
Menegon afirma que, antes de topar qualquer coisa nova que envolva sexo, é preciso ter bastante certeza sobre se você está realmente afim. “A pergunta chave é: eu realmente quero fazer isso ou estou cedendo a alguma pressão externa?”, diz. No entanto, a consultora de sexualidade aconselha ponderar sobre outros pontos, como:
- Quais são minhas expectativas?
- Eu vou me sentir confortável comigo mesma depois?
- Isso vai afetar o meu relacionamento (caso você esteja em um)?
- Estou pronta também para lidar com possíveis imprevistos?
Quantas pessoas devem estar em uma suruba?
O número de pessoas que pode participar de uma suruba varia desde um encontro casual entre amigos até mesmo um evento.
A ginecologista Evelyn Prete afirma que é importante levar em conta questões de segurança. Por envolver diversas trocas de preservativo ao longo do ato, a médica aconselha que a suruba seja feita com o mínimo de pessoas possível. “Faça com pessoas confiáveis e que sejam conhecidas. Assim fica mais fácil identificá-las caso alguém apresente algum sintoma de doença genital”, diz.
Menegon afirma que pode-se querer se relacionar com pessoas desconhecidas para manter o sigilo. Nesse caso existem casas noturnas que permitem a prática de sexo grupal, como uma casa de swing . Também é possível buscar por grupos ou pessoas em aplicativos de relacionamento. Mesmo assim, tenha sempre em mente as questões de segurança.
Expectativa x realidade
“Podemos fantasiar e obter prazer com fantasias que jamais colocaríamos em prática. As fantasias são, muitas vezes, escapadas para que possamos viver personagens e situações livres de julgamento”, explica Menegon. No entanto, a vida real torna o momento da suruba imprevisível.
“Mesmo que as regras tenham sido estabelecidas, não é possível controlar como cada participante se comportará”, afirma. Por isso é importante estar aberta e livre de expectativas ou de roteiros. Deixe a coisa acontecer naturalmente.
Como me higienizar corretamente?
A ginecologista Evelyn Prete afirma que é preciso fazer a higiene habitual antes das relações sexuais. Depois do sexo, é importante se lembrar de urinar e lavar a vagina com água corrente. Só isso, segundo a médica, já é suficiente para se manter higienizada. “Dormir sem calcinha também será benéfico”, acrescenta.
Existe alguma coisa que eu deva levar para a suruba?
Além de preservativos, a consultora de sexualidade explica que, tanto para sexo grupal como outras modalidades, é importante levar — “e usar!’’ — lubrificantes. “O lubrificante melhora qualquer tipo de penetração, reduzindo o atrito e evitando assim lesões, ardência e desconfortos”, explica.
Prete afirma que os lubrificantes não removem a proteção do preservativo . Opte pelos de silicone ou com base de água. “Os acessórios são sempre um ponto positivo na relação e devem ser usados sem medo”, diz. Menegon aconselha ainda que se leve para a suruba bastante tesão para aproveitar cada momento.
Suruba marcada. E agora?
Caso você participe do sexo grupal com pessoas conhecidas, é importante que todas as pessoas envolvidas tenham uma conversa para estabelecer as regras da brincadeira. Menegon afirma que é importante que fique bem claro o que vale e o que não vale.
Quero me relacionar com o casal ou com um deles. O que faço?
Esse é um detalhe que pode ser combinado previamente com as pessoas participantes da suruba. Existem casais que gostam de participar do sexo grupal, mas se relacionando juntos com mais pessoas, não separados. Por esse motivo, é importante ter todas as respostas para saber se você pode ou não investir no ato.
Menegon explica que caso as regras estejam claras e mesmo assim você se sente isolada, se aventure e se insira no que está acontecendo. “Sexo não se resume à genitália, então explore outros prazeres, outras regiões dos corpos. Lembre-se, também, de que a masturbação pode ser uma super aliada nesse momento”, afirma.
Vai participar com o par? Saiba quais são seus limites
Caso você faça parte de um casal que quer experimentar participar de uma suruba, é importante que conversem bastante sobre o que vale ou não. Além disso, ambos precisam se sentir dispostos a fazer isso e não ceder sob pressão.
Como já citamos antes, participar de uma suruba significa se submeter à imprevisibilidade. Por esse motivo, você e seu par podem combinar uma palavra ou código para fazer um ao outros caso uma das duas pessoas se sinta desconfortável com alguma coisa. “Na hora que as coisas estão quentes, pode ser que a parceria não perceba os códigos. Aí vale pedir para dar uma pausa e conversar num cantinho sobre o que não vai bem”, sugere Menegon.
Preciso trocar o preservativo para cada parceiro novo?
É muito importante que as camisinhas sejam trocadas sempre que você começar a se relacionar com uma pessoa nova para se proteger de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). “Alguns grupos, inclusive, nomeiam uma pessoa responsável por ficar de olho e fazer a troca dos preservativos”, explica Menegon.
“As secreções genitais ficam no preservativo e podem carregar doenças e infecções. Usar o mesmo preservativo em parceiros diferentes é o mesmo que não usá-lo”, ressalta Prete.
A consultora de sexualidade salienta ainda que deve-se trocar o preservativo com o mesmo parceiro caso você esteja sendo penetrada do ânus para a vagina. “Além disso, não adianta trocar os preservativos e esquecer de lavar ou proteger os dedos que penetram também. Hoje já é possível encontrar dedeiras, que são camisinhas para dedos”, afirma.
É mais seguro evitar fazer ou receber sexo oral em uma suruba?
No caso do pênis, é possível fazer a proteção com preservativo comum. No entanto, Menegon explica que existem poucas formas de se proteger do sexo oral
em vulvas, mas uma delas são as barragens dentais. “Vale frisar que ambos reduzem a transmissão de ISTs, não eliminando o risco por completo”, diz. Se você achar a logística de troca muito complicada, é melhor suspender o sexo oral.