Você já ouviu falar em namoro "ioiô" ou "ping pong"? Basicamente, essa ideia de terminar o relacionamento e, depois, voltar com ex. Afinal, ninguém é obrigado a concordar com aquele ditado de "se terminou uma vez, não tem mais volta", certo? Por outro lado, um estudo mostra que esse "junta e separa" não faz tão bem assim para a saúde mental do casal.
Para o estudo, pesquisadores da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, entrevistaram 545 pessoas. Entre essas, 266 pessoas afirmaram estar em relacionamentos heterossexuais e 279 namoravam pessoas do mesmo sexo. No total, 60% desses casais já haviam passado pela experiência de terminar e voltar com ex em algum momento da relação .
Então, os cientistas compararam esses resultados com as relações estáveis. Segundo os resultados, as pessoas que estavam em um relacionamento "ioiô" apresentaram maiores taxas de abuso e menores níveis de compromisso, além de mais falhas na comunicação com o parceiro. A questão do témino e da volta do namoro também foi associado a sintomas mais frequentes de depressão e ansiedade.
J. Kale Monk, autor principal do estudo e especialista em relacionamentos amorosos, explica que existem alguns fatores que podem ser analisados para deixar esse padrão de lado, ou, pelo menos, ter uma relação menos nociva.
O primeiro passo é saber se os términos são sempre motivados pelas mesmas razões e, se sim, conversar com o parceiro sobre essa questão para ter certeza de que vale a pena insistir no namoro (exceto quando há violência). Também é importante pensar e debater sobre quais são os motivos que levam o casal a voltar e se eles são suficientes para manter a estabilidade na relação.
Outra dica do profissional é lembrar sempre que não existe problema algum em colocar um ponto final em um relacionamento tóxico , pedir conselhos para outras pessoas ou até buscar ajuda profissional em uma terapia de casal se for necessário.
Por que a instabilidade de terminar e voltar com ex?
Você viu?
Em entrevista prévia
ao Delas
, o presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional, Rodrigo Fonseca, explica que as brigas e términos frequentes são resultado de um desentendimento das próprias emoções. Assim, é preciso que cada pessoa dentro do relacionamento trabalhe essas emoções para construir uma estabilidade na relação, mas sempre com o auxílio do parceiro nessa missão.
“São problemas emocionais que os dois, enquanto indivíduos, precisam tratar e resolver dentro de cada um. Geralmente, esses padrões são aprendidos e desenvolvidos em nossas relações primárias – pai e mãe – ou na falta delas durante a infância. As dificuldades familiares durante os primeiros anos de vida de uma pessoa podem fazer com que o problema acabe se arrastando e impactando as relações amorosas na vida adulta.”
Também podem existir situações em que o casal realmente não combine e, nesses casos, é preciso parar e refletir se existe algum sentido nessa "rotina" de terminar e voltar com ex . “Se não existe mais confiança e respeito, e as vidas começam a tomar rumos muito diferentes, talvez seja a hora de colocar um ponto final na relação, mas com maturidade emocional. Pode ser que o sentimento de amor tenha se transformado em comodidade e medo de ficar sozinho", finaliza.