Os mexicanos Walter Gutierrez e Fernanda Vasconcelos resolveram compartilhar seus vídeos fazendo sexo em uma plataforma da internet chamada “Make Love Not Porn”. A ideia, segundo o casal, é mostrar como uma relação sexual acontece de verdade, já que os vídeos pornográficos são feitos com atores sem tabus, que “aproveitam” ao máximo o momento e não têm restrições porque são pagos para seguirem um roteiro.

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Os vídeos pornográficos, que antes chocavam Fernanda, hoje deixam a mulher confortável para experimentar posições
reproducao/barcroft tv
Os vídeos pornográficos, que antes chocavam Fernanda, hoje deixam a mulher confortável para experimentar posições


“Podemos dizer que os vídeos pornográficos são uma utopia sexual”, afirma Fernanda, que é mais conhecida como Efi na web. Segundo ela, o conteúdo erótico disponível é ruim porque faz as pessoas se cobrarem e pensarem que deveriam agir da mesma forma, quando as imagens é que representam algo bem diferente da realidade. A mulher ainda afirma que todos os seus amigos sabem que momentos íntimos dela e do parceiro são compartilhados com estranhos, mas não costumam fazer críticas.

No trabalho, alguns colegas de Fernanda e Walter contam que já assistiram alguns dos posts do casal. Os únicos que ainda não têm conhecimento dos compartilhamentos, inclusive, são os pais dos mexicanos. Para a mulher, é melhor manter segredo, pois eles são religiosos e ficariam escandalizados com a atitude do casal.

Casal que fez seus próprios vídeos pornográficos afirma que é mais feliz

Para casal, vídeos pornográficos dão a falsa sensação de que ninguém precisa lidar com tabus na hora do sexo
reproducao/barcroft tv
Para casal, vídeos pornográficos dão a falsa sensação de que ninguém precisa lidar com tabus na hora do sexo


Em entrevista ao “Barcroft TV”, Efi e Walter disseram que passaram por um momento bem difícil no relacionamento antes de começarem a gravar os momentos íntimos. Na época, Fernanda foi abusada por um ginecologista e conta que acabou ficando com trauma de sexo. Depois, aos poucos, a mulher começou a se soltar na cama e as gravações a incentivaram a experimentar posições que ainda não tinha feito.

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“Se você foi abusado, agredido ou ferido de alguma forma, saiba que é possível superar esse trauma. Eu, por exemplo, fiquei tão segura depois de tudo isso que agora me sinto poderosa e faço até vídeos eróticos”, conta Fernanda, aos risos. Quando alguém pergunta para ela se não é ruim para um casal se expor dessa maneira, a mexicana afirma que basta uma pesquisa no Google para mudar de ideia.

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“Eu sempre digo que é só procurar a palavra ‘pornô’ na internet que você encontrará milhares de pessoas do mundo todo fazendo isso. Veja os dez principais sites que aparecem e depois me diga se eu deveria ou não estar fazendo isso”, diz ela, que se orgulha do novo estilo de vida.

O casal, que está junto há 11 anos, explica que gosta de variar as posições e os lugares em que vão transar para que as imagens não fiquem sempre parecidas. Antes de ligar a câmera, em um tripé, os dois combinam onde farão sexo e depois até esquecem que estavam sendo “observados”. “Já gravamos na cama, no chão, no sofá, na janela e até fora de casa”, conta ela.

Mulher acredita que vídeos pornográficos podem ajudar a combater estupros

Fernanda lembra com tristeza do abuso que sofreu e acha que seus vídeos pornográficos podem ajudar outras mulheres
reproducao/barcroft tv
Fernanda lembra com tristeza do abuso que sofreu e acha que seus vídeos pornográficos podem ajudar outras mulheres


Embora tenha superado o trauma, Fernanda não esqueceu o que aconteceu com ela na sala de um ginecologista. A mulher acredita que as marcas ficarão para sempre em sua memória e aproveita para dizer que seus vídeos íntimos, feitos com o marido, também são uma forma de lutar para que outras mulheres não sofram o que ela sofreu um dia.

Aos que não conseguem relacionar o abuso com os vídeos feitos por Fernanda e Walter, a mulher explica que a intenção é fazer mais pessoas falarem abertamente sobre sexo. Segundo ela, apenas o diálogo é capaz de trazer soluções para o problema tão constante. Além disso, a ferramenta exibe vídeos de vários casais transando sem aquela “magia” construída pela indústria pornográfica .

“Fazer nossos próprios vídeos pornográficos foi uma jornada estranha, mas  divertida para nós", diz Efi. “O ‘Make Love Not Porn’ me ajudou a ter controle e me deixou mais consciente de como é incrível ser uma mulher. Tenho muito orgulho de fazer parte do site e acho que mais pessoas deveriam saber disso para ficarem mais desencanadas ao fazerem sexo”, completa ela.

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