Quando o assunto é sexo, não é difícil encontrar quem prefira não conversar sobre. Ainda hoje, questões ligadas à sexualidade seguem sendo um tabu, principalmente a da mulher, já que elas não são incentivadas ou instruídas a respeito do tema como os homens são. O sexo na gravidez, porém, é um tabu ainda maior.
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Será que o casal deve evitar ter relações sexuais durante a gestação? Existe alguma restrição que deve ser levada em consideração para praticar sexo na gravidez ? A forma como a gestante percebe o “novo” corpo pode influenciar o desejo sexual? São muitas as questões que povoam a mente de papais e mamães de primeira (e até segunda) viagem, principalmente se a gestação for arriscada. Pensando nisso, reunimos alguns mitos e verdades a respeito da sexualidade da mulher quando há um bebê a caminho; confira:
1. Transar durante a gravidez é seguro
Verdade! Em uma gravidez normal, onde não haja alguma complicação previamente detectada, praticar sexo durante os nove meses de gestação não só é seguro como é recomendado. De acordo com o ginecologista responsável por reprodução humana Renato de Oliveira, algumas pesquisas apontam que a prática do sexo na gravidez traz benefícios físicos e emocionais.
Manter a vida sexual ativa durante a gestação auxilia na manutenção do vínculo afetivo entre os parceiros, e restringi-la pode tornar o relacionamento limitado. Caso o sexo com penetração seja desconfortável e mesmo assim os parceiros tenham desejo de estar juntos, o especialista aconselha que eles conversem sobre outras formas de contato sexual que não envolvam o sexo vaginal em si.
O especialista alerta para o fato de que alguns casos – como o de grávidas que possuem sangramento vaginal ou placenta de inserção baixa –, é necessário aguardar o aval do obstetra para seguir com a prática.
2. Grávidas não têm orgasmos
Mito! De acordo com o ginecologista, a mulher grávida consegue chegar ao ápice do prazer normalmente. Se ela não conseguir, ele afirma que talvez seja necessário realizar uma avaliação médica para estabelecer a causa do problema, que, segundo ele, normalmente é psicológica.
Oliveira afirma também que alguns casais simplesmente optam por não transar durante a gestação em razão do tamanho da barriga ou da proximidade com a época do nascimento, preferindo dedicar-se a práticas como o sexo oral ou a masturbação mútua.
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3. O feto também se beneficia do prazer da mulher por conta da endorfina
Mito! De acordo com Oliveira, não há estudo algum que possa confirmar esse dado. Ele afirma que, na realidade, o bebê se beneficia da boa saúde da mãe, tanto física quanto psicológica.
4. O ato sexual prejudica o bebê
Mito! De acordo com o ginecologista, durante o último trimestre da gravidez, a criança fica bem mais sensível a estímulos do meio externo, como sons ou movimentos, e isso pode fazer com que ele sinta mais estimulação mecânica durante o ato sexual dos pais, ou seja, acabe se movimentando mais.
Oliveira afirma que essa movimentação é a mesma que ocorre quando a mãe se locomove durante outras atividades e que de forma alguma o bebê é prejudicado. Segundo ele, a membrana protetora que “sela” a região, o saco amniótico e os fortes músculos do útero faz com que ele esteja perfeitamente seguro.
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5. O orgasmo pode induzir o parto
Verdade! “Chegar lá” pode acelerar todo o processo quando o bebê já estiver em vias de nascer. Isso acontece porque quando a mulher tem um orgasmo, uma substância chamada oxitocina é liberada. Ao mesmo tempo em que essa substância é um dos hormônios ligados ao bem-estar, ela também está ligada às contrações do útero, essenciais para que o parto aconteça.
Além disso, o ginecologista afirma que o sêmen também pode contribuir para a indução do parto. O líquido expelido pelo homem durante a ejaculação contém uma substância chamada prostaglandinas, que pode surtir um efeito semelhante ao da oxitocina quando liberado dentro da vagina durante o ato sexual.
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6. Algumas posições são mais indicadas para a prática
Verdade! O barrigão pode atrapalhar um pouquinho o ato de fazer sexo na gravidez, tornando algumas posições (como o clássico papai e mamãe e o sexo de quatro) desconfortáveis. Ainda assim, existem posições que facilitam a transa; veja quais são algumas delas:
Esticada
Nesta posição, a mulher deve ficar deitada confortavelmente de barriga para cima com as pernas para o alto. Enquanto o parceiro a penetra sentado à sua frente, a mulher também fica livre para estimular o clitóris e ter mais prazer.
De conchinha
Queridinha dos mais amorosos e preguiçosos, esta posição também é bastante confortável para grávidas. Aqui, os parceiros se deitam virados para o mesmo lado. Ele a penetra por trás e ambos ficam livres para estimular o clitóris dela.
Agachamento erótico
Esta posição é semelhante à "cowgirl". Nela, o homem deve ficar deitado de barriga para cima enquanto a mulher se senta sobre ele agachada. Ela é ideal para quando a barriga ainda não está tão pesada e a mulher ainda consegue se movimentar mais livremente. Para se equilibrar, ela pode se apoiar nas mãos do parceiro, que fornecem apoio.
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7. Algumas grávidas sofrem com queda na libido
Verdade! De acordo com o ginecologista, as mudanças físicas que ocorrem neste período podem afetar a prática do sexo durante a gestação . “Há mulheres que sentem ainda mais prazer pelo fato de não terem de se preocupar com a contracepção, mas outras ficam mais cansadas e enjoadas”, explica.
Segundo ele, o primeiro trimestre é o período que mais costuma trazer esse tipo de dificuldades, enquanto o segundo normalmente é marcado com o retorno da libido, que pode voltar a diminuir durante o terceiro a afastar a vontade de fazer sexo na gravidez por conta do tamanho da barriga ou até por ansiedade com a proximidade do nascimento do bebê.