Apesar de haver diversos avanços no tratamento contra a Aids – como a queda de 38% na taxa de mortalidade pela doença durante os últimos seis anos –, não é hora de deixar a prevenção de lado. Ainda hoje, dados do Boletim Epidemológico HIV/Aids de 2016, o estimado é que 826 mil pessoas vivam com o vírus ou a doença no País e que apenas 498 mil estejam sob tratamento. Além disso, de acordo com o Departamento de IST, Aids e Hepatites virais, a principal forma de transmissão do vírus entre pessoas maiores de 13 anos ainda é por relações sexuais. E é neste cenário que as pessoas estão curtindo o carnaval de 2018, feriadão de muita festa, pegação e, é claro, sexo.

Durante o carnaval, é comum que os riscos de se contrair uma DST aumentem, tornando a camisinha essencial
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Durante o carnaval, é comum que os riscos de se contrair uma DST aumentem, tornando a camisinha essencial

Quando o assunto é proteção durante o sexo, não há dúvidas de que a camisinha sai na frente. Apesar de haver uma gama bastante diversa de métodos contraceptivos, especialistas explicam que a camisinha é o único deles que, além de impedir a gravidez indesejada, também evita a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (inclusive o vírus da Aids). Ele também é o único método seguro que também pode ser utilizado por homens, mas, segundo levantamentos recentes, mais da metade dos homens e mulheres não adotam o preservativo nas relações . Porém, com o carnaval , é comum aumentar os números de relações casuais e a transmissão de DSTs fica mais fácil, então é importante se cuidar (spoiler: não é preciso deixar a diversão de lado para fazer isso). Veja dicas e orientações:

As regras da camisinha

Não é raro encontrar pessoas que não tiveram contato com educação sexual e que obtiveram todas as informações sobre sexo que sabem com a pornografia (o que, de acordo com especialistas, é uma péssima ideia). Apesar de a camisinha ser algo fácil de se utilizar, muita gente comete erros sem perceber quando busca imitar a ficção ou seguir conselhos equivocados.

Cuidado com o armazenamento

Se você não o faz, provavelmente conhece pessoas que optam por guardar o preservativo na carteira. Por um lado, faz sentido, já que esse é um item que costumamos carregar para todo lado – assim como deve acontecer com a camisinha –, mas o dobra-desdobra da carteira, o contato com outros objetos e o calor podem deteriorá-lo, diminuindo a eficácia. É importante sempre armazenar os preservativos em locais mais arejados e descartar aqueles que já ficaram na bolsa por muito tempo. Se você faz um estoque em casa, também é ideal deixá-lo longe do sol e da umidade.

De olho na validade

Outro aspecto com relação aos preservativos que não pode ser deixado de lado é a validade. Esses produtos costumam ter um prazo de validade bem extensos quando conservados de maneira correta, mas, no carnaval ou qualquer outra época, fique de olho. Utilizar camisinhas que já passaram da validade aumenta as chances de elas se romperem, deixando o casal desprotegido.

Nada de abrir com a boca

Na hora de colocar a camisinha, não aja como se o pacotinho fosse um daqueles sachês de ketchup ou mostarda. Eles são fáceis de se abrir com os dedos, então não é necessário usar os dentes para fazê-lo (ah, e se você tiver esse hábito por considerá-lo sexy, saiba que nem é tão sensual assim).

Mudou de orifício? Mude a camisinha

Para começar: sim, o sexo anal também requer o uso da camisinha mesmo não exista riscos de gravidez com a prática. Isso porque, ao contrário da vagina, que se expande quando a mulher está excitada e permite uma penetração mais confortável, o ânus pode sofrer micro fissuras durante o ato. Em contato com o sêmen, essas micro fissuras podem ser a porta de entrada para as DSTs.

Isso dito, é importante saber também que, ao trocar da vagina para o ânus e vice-versa, é essencial trocar o preservativo. O orifício anal possui bactérias que não podem, de forma alguma, entrar em contato com a vagina, já que são capazes de gerar infecções.

Duas ao mesmo tempo, sem pensar

Da mesma forma que colocar duas sacolas para impedir que elas se rasguem e o conteúdo delas caia, usar duas camisinhas ao mesmo tempo significa proteção em dose dupla, certo? Errado. A fricção gerada pelo uso de dois preservativos (tanto de dois masculinos quanto da combinação entre o masculino e o feminino) facilita muito o rompimento do látex.

Atenção com o tamanho

Outra coisa que merece atenção é o tamanho do preservativo. Embora exista um “tamanho universal”, há, sim, tamanhos mais adequados para pênis menores ou maiores , e negligenciar essa questão no momento da compra pode fazer com que, ou a camisinha fique muito larga e escorregue, ou fique muito apertada e acabe arrebentando. Nenhum dos cenários é muito agradável, então, no carnaval, certifique-se de que você está comprando o preservativo correto para que surpresinhas não estraguem a diversão.

Camisinha e água não combinam

Está certo que transar na banheira, no chuveiro, na piscina ou até no mar é um fetiche para muita gente. Na hora de se aventurar em uma experiência assim, porém, é preciso ter em mente que o preservativo pode perder a eficácia quando utilizado na água. Isso porque, em um ambiente assim, a lubrificação natural da vagina fica comprometida, o que pode fazer com que a camisinha se rompa. Em casos assim, o melhor a se fazer é não chegar aos finalmentes dentro d’água, já que há, sim, a opção de utilizar outros métodos contraceptivos, mas que não protegem contra a transmissão de doenças.

O poder na mão da mulher

Sim, o preservativo masculino deve ser colocado no pênis no momento da relação sexual quando o órgão estiver ereto, mas isso não significa que as mulheres precisem depender deles para que fiquem devidamente protegidas. Nesse momento, a mulher deve ter em mente que, mesmo que ainda role muito julgamento quanto a sexualidade feminina, não há problema algum em comprar camisinhas ou retirá-las gratuitamente em postos de saúde, afinal, a segurança dela também está em jogo.

Ainda assim, não é sempre que, mesmo tendo preservativos masculinos, a mulher consegue assegurar a própria proteção. Isso porque, infelizmente, há homens que se negam a fazer uso da camisinha ou retiram o preservativo durante o ato sem que a mulher perceba, e é aí que entra a ainda misteriosa e mal vista camisinha feminina . Feita de plástico em vez de látex e com um formato bem diferente do da camisinha masculina, o preservativo feminino tem a mesma eficácia que a primeira e ainda dá à mulher a chance de se proteger sem depender da boa vontade do parceiro .

A camisinha feminina pode ser colocada até oito horas antes da transa, deixando a mulher no controle sobre o corpo
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A camisinha feminina pode ser colocada até oito horas antes da transa, deixando a mulher no controle sobre o corpo

No caso da camisinha feminina, a mulher pode colocá-la até oito horas antes da relação sexual, deixando a extremidade que possui o anel fechado no fundo da vagina e o anel aberto para o lado de fora do canal vaginal. De acordo com especialistas, outra vantagem de usar esse preservativo é o fato de que ele “encapa” o canal vaginal, fazendo com que não haja atrito entre o pênis e a parede da vagina. Para mulheres que têm problemas com a lubrificação vaginal, é uma forma de resolver a questão sem precisar necessariamente apelar para lubrificantes artificiais (que as pessoas dificilmente levam consigo quando saem para curtir o carnaval).

Aqui, as orientações são as mesmas que as da camisinha masculina: evitar utilizá-la na água, combiná-la apenas com lubrificantes à base de água, não armazená-las em locais apertados e abafados, ficar de olho na validade e não usar duas ao mesmo tempo (mesmo que sejam de tipos diferentes). É importante lembrar também que, apesar de ela ser menos utilizada, também é possível retirá-las de graça em postos de saúde.

Nada de desculpas (nem de esfriar o clima)

Apesar de a camisinha ser algo essencial em todas as práticas sexuais (isso mesmo, até durante o sexo oral), não é raro encontrar pessoas – tanto homens quanto mulheres – que não curtem fazer uso do preservativo. São diversos os motivos dados para eles, mas, para todos eles, há uma solução:

“Ela aperta o pênis”

Se a camisinha está “estrangulando” o membro, é sinal de que ela não tem o tamanho apropriado para o amiguinho do rapaz. O ideal aqui é testar um modelo maior e deixar as desculpas de lado, já que, se camisinhas conseguem vestir até um braço inteiro, não há chances de o preservativo apertar o pênis se estiver no tamanho adequado.

“Colocar a camisinha corta o clima”

Essa costuma ser uma afirmação comum até entre as pessoas que usam camisinha normalmente. É claro que parar tudo e sair às pressas procurando um preservativo não é o ideal, então o ideal é manter alguns o mais “à mão” possível. Outra dica para não deixar o clima esfriar é a mulher se encarregar de colocar a camisinha no parceiro, mantendo a excitação. Outra opção é a da mulher optar pelo preservativo feminino e inseri-lo horas antes de forma que não seja necessário interromper o momento.

"Ela diminui o prazer"

Para algumas pessoas, ter uma “barreira” entre os órgãos sexuais na hora H realmente diminui as sensações. Ainda assim, não é motivo para não usar a camisinha, já que há a possibilidade de optar por modelos extra finos. Com eles, além de o casal quase não sentir interferência por parte do preservativo, a proteção é a mesma que teriam com uma camisinha convencional.

Outra opção é entrar no espírito do carnaval e escolher preservativos “diferentões” para animar o clima. Além dos saborizados, também há diversas opções com texturas ou que provocam sensações que o casal não experimentaria sem uma ajudinha externa (como de amortecimento, frio e calor).

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