Embora as pessoas estejam cada vez mais abertas a discutir questões relacionadas a sexo, alguns assuntos ainda fazem com que muitas torçam o nariz. É o caso, por exemplo, de alguns fetiches. Após tanto os livros quanto os filmes da saga “ Cinquenta Tons de Cinza ” se tornarem uma febre mundial, o BDSM – sigla que engloba as práticas de bondage, disciplina, sadismo e masoquismo – se popularizou e passou a ser algo mais conhecido até por quem não participa do universo dos fetiches, mas ainda há muito preconceito com quem é adepto de práticas como ele.
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As roupas e acessórios – desde algemas e chicotes até instrumentos mais desconhecidos por quem não tem muito contato com esse universo, como “pregadores” para mamilos – fazem com que o BDSM carregue consigo uma aura intimidadora. E foi justamente buscando desmistificar a prática que surgiu o “Crave Protrait Project”, ensaio fotográfico realizado com praticantes do fetiche para mostrar que, por trás da imagem tida como “ameaçadora”, quem curte dominação, submissão ou sente prazer pela dor são pessoas comuns de todos os tipos, gêneros e sexualidades.
Detalhes do ensaio
As fotos do projeto foram realizadas por Michael Topolovac, CEO da marca de brinquedos eróticos de luxo Crave. Baseada em São Francisco (Califórnia, EUA), a fábrica da marca fica situada na mesma rua em que, anualmente, centenas de fetichistas se reúnem para a Folson Street Fair, uma passeata para exaltar a “leather culture” (cultura do couro, em tradução livre). No ensaio, Topolovac mostra diversas pessoas em dois momentos diferentes; primeiramente, elas aparecem com os adereços que usaram para comparecer ao evento e, em seguida, aparecem da forma que se vestem no dia a dia.
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“Nos últimos meses, notícias sobre abuso de poder e violência sexual dominaram as discussões de uma forma que esperamos ser útil, mas que é, de certa forma, um pouco obscura. Com o ‘Crave Portrait Project’, esperamos contrastar isso lançando uma luz na alegria das pessoas em se apresentar como seres sexuais”, afirma o site do projeto, que conta com trinta fotos de homens, mulheres e casais (tanto heterossexuais como lésbicos e gays).
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O projeto mostra que, apesar de todo o estigma acerca do BDSM e seus praticantes, qualquer pessoa ao nosso redor – esposas, professores, estudantes, executivos e mais – pode ser adepto de um fetiche sem que isso a torne alguém “excêntrico” como muitos imaginam. “O que encontramos foi mais bonito, sensível e feroz do que imaginamos. A natureza dupla dos retratos nos conecta a todos aqueles momentos de vulnerabilidade e alegria que nos fazem humanos”, afirmam os idealizadores no site do projeto.