A trilogia de “Cinquenta Tons de Cinza” parece ter promovido uma revolução sexual no mundo inteiro. Isso porque, além de ter virado assunto entre pessoas que já falam abertamente sobre sexo, despertou curiosidade até nas mulheres mais tímidas.
Com a estreia do segundo filme da saga na quinta-feira (09), as mulheres fãs da história voltarão a sonhar em ter o próprio Christian Grey, e os homens, sua própria Anastasia. Mas por que, afinal, os temas abordados e os personagens de “ Cinquenta Tons de Cinza ” causam tanto fascínio? A sexóloga Priscila Junqueira explica.
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O papel de livros e filmes na vida sexual de mulheres e casais é maior do que imaginamos. Segundo a sexóloga, a mulher pode – inspirando-se em histórias como as da saga – perceber que jogos sexuais não são algo de outro mundo e se entregar mais ao prazer.
De acordo com a educadora sexual Débora Padua, muitas mulheres têm dificuldades em atingir o orgasmo por falta de orientação ou de conhecimento sobre o que as excita. Nesse sentido, uma história repleta de descobertas como a de “Cinquenta Tons”, pode contribuir positivamente com a sexualidade .
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Prazer pela dor?
Quanto aos jogos sadomasoquistas de Grey e Anastasia, Priscila esclarece que a mulher pode transitar entre a submissão e o empoderamento, buscando neles a realização de suas fantasias. “Sentir prazer através da dor é uma forma de se expressar no mundo e pode não ter nada de patológico nisso”, afirma a especialista.
De acordo com ela, pesquisas apontam que, em algumas pessoas, as mesmas fibras que levam ao cérebro a “informação” da dor , também levam a do prazer . Nelas, o estímulo doloroso aumenta o prazeroso, podendo proporcionar orgasmos incríveis.
Para Ingrid Castro, praticante de BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) há três anos, “ser submissa é algo que leva para um estado de espírito único, completa, por isso gosta tanto da trilogia”.
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História mexe mais com eles ou com elas?
Narrativas com a de “Cinquenta Tons de Cinza” mexem tanto com o imaginário feminino quanto com o masculino. Apesar disso, são elas que “precisam” mais desse tipo de estímulo, defende a especialista. Priscila comenta que a história traz tanto elementos como submissão e devoção ao parceiro quanto o empoderamento da mulher no sexo. “Cada dia mais elas estão autorizando-se a transformar sua vida sexual com mais liberdade e prazer”, finaliza.