Embora as pessoas estejam cada vez mais abertas a discutir questões relacionadas a sexo, alguns assuntos ainda fazem com que muitas torçam o nariz. É o caso, por exemplo, de alguns fetiches. Após tanto os livros quanto os filmes da saga “ Cinquenta Tons de Cinza ” se tornarem uma febre mundial, o BDSM – sigla que engloba as práticas de bondage, disciplina, sadismo e masoquismo – se popularizou e passou a ser algo mais conhecido até por quem não participa do universo dos fetiches, mas ainda há muito preconceito com quem é adepto de práticas como ele.

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Discutir sexo está cada vez mais fácil, mas o universo dos fetiches (sobretudo do BDSM) segue cercado de mitos
Michael Topolovac/Crave Portrait Project
Discutir sexo está cada vez mais fácil, mas o universo dos fetiches (sobretudo do BDSM) segue cercado de mitos

As roupas e acessórios – desde algemas e chicotes até instrumentos mais desconhecidos por quem não tem muito contato com esse universo, como “pregadores” para mamilos – fazem com que o BDSM carregue consigo uma aura intimidadora. E foi justamente buscando desmistificar a prática que surgiu o “Crave Protrait Project”, ensaio fotográfico realizado com praticantes do fetiche para mostrar que, por trás da imagem tida como “ameaçadora”, quem curte dominação, submissão ou sente prazer pela dor são pessoas comuns de todos os tipos, gêneros e sexualidades.

Detalhes do ensaio

As fotos do projeto foram realizadas por Michael Topolovac, CEO da marca de brinquedos eróticos de luxo Crave. Baseada em São Francisco (Califórnia, EUA), a fábrica da marca fica situada na mesma rua em que, anualmente, centenas de fetichistas se reúnem para a Folson Street Fair, uma passeata para exaltar a  “leather culture” (cultura do couro, em tradução livre). No ensaio, Topolovac mostra diversas pessoas em dois momentos diferentes; primeiramente, elas aparecem com os adereços que usaram para comparecer ao evento e, em seguida, aparecem da forma que se vestem no dia a dia.

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Quando se pensa em fetiches, muita gente imagina os praticantes como pessoas excêntricas e
Michael Topolovac/Crave Portrait Project
Quando se pensa em fetiches, muita gente imagina os praticantes como pessoas excêntricas e "ameaçadoras"
No
Michael Topolovac/Crave Portrait Project
No "Crave Portrait Project", busca-se mostrar que quem curte esse fetiche é uma pessoa como outra qualquer
As fotos foram realizadas com pessoas que foram celebrar a
Michael Topolovac/Crave Portrait Project
As fotos foram realizadas com pessoas que foram celebrar a "leather culture" na Folson Street Fair

“Nos últimos meses, notícias sobre abuso de poder e violência sexual dominaram as discussões de uma forma que esperamos ser útil, mas que é, de certa forma, um pouco obscura. Com o ‘Crave Portrait Project’, esperamos contrastar isso lançando uma luz na alegria das pessoas em se apresentar como seres sexuais”, afirma o site do projeto, que conta com trinta fotos de homens, mulheres e casais (tanto heterossexuais como lésbicos e gays).

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Todas as pessoas que participaram se mostram tanto
Michael Topolovac/Crave Portrait Project
Todas as pessoas que participaram se mostram tanto "caracterizadas" para o BDSM quanto com roupas do dia a dia
As fotos foram feitas com diversos tipos de pessoas, incluindo diferentes idades, sexualidades e gêneros
Michael Topolovac/Crave Portrait Project
As fotos foram feitas com diversos tipos de pessoas, incluindo diferentes idades, sexualidades e gêneros
Ao final, o ensaio mostra que ser adepto de um fetiche não torna uma pessoa diferente das outras no dia a dia
Michael Topolovac/Crave Portrait Project
Ao final, o ensaio mostra que ser adepto de um fetiche não torna uma pessoa diferente das outras no dia a dia

O projeto mostra que, apesar de todo o estigma acerca do BDSM e seus praticantes, qualquer pessoa ao nosso redor – esposas, professores, estudantes, executivos e mais – pode ser adepto de um fetiche sem que isso a torne alguém “excêntrico” como muitos imaginam. “O que encontramos foi mais bonito, sensível e feroz do que imaginamos. A natureza dupla dos retratos nos conecta a todos aqueles momentos de vulnerabilidade e alegria que nos fazem humanos”, afirmam os idealizadores no site do projeto.

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