De brinquedos pequenos e discretos que podem ser carregados dentro da bolsa até “sex toys” mais escandalosos inspirados em séries televisivas ou em fetiches incomuns, a gama de acessórios eróticos é imensa.  Criado por um médico como forma de “tratar” mulheres que tinham histeria – problema que, na época, acreditava-se ter origem no útero e era caracterizado por angústia mental ou emocional –, o vibrador já foi visto como um companheiro para noites solitárias e, hoje, é algo adotado por muitos casais. Apesar da popularização, porém, muita gente tem dúvidas na hora de escolher um brinquedo erótico para chamar de seu. 

Ter um brinquedo erótico ajuda a mulher a conhecer melhor o próprio corpo e ainda pode
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Ter um brinquedo erótico ajuda a mulher a conhecer melhor o próprio corpo e ainda pode "apimentar" o relacionamento

Com uma diversidade imensa de cores, materiais, formatos e funcionalidades, o mundo dos “sex toys” pode ser realmente intimidador, principalmente para quem está apenas começando a se aventurar nele. Por outro lado, a sexóloga Carla Cecarello, do site “C-Date”, afirma que usar um brinquedo erótico pode contribuir para que a mulher conheça melhor o próprio corpo, ajuda a aproximar os parceiros e a movimentar a relação. Sendo assim separamos sete dicas de como escolher o melhor acessório, utilizá-lo com o parceiro e conservá-lo:

1. Sim, eles trazem muitos benefícios

Ao contrário dos homens, as mulheres não são muito incentivadas a entrar em contato com a própria sexualidade. A falta de conhecimento sobre o sexo em si e sobre o próprio corpo pode, muitas vezes, fazer com que a mulher crie medos e inibições, trazendo dificuldades para a vida sexual dela.

Segundo Carla, porém, o uso de acessórios eróticos como vibradores, consolos, e plugs podem contribuir para que isso não aconteça. “O uso desses acessórios pode contribuir para ela desenvolver mais fantasias sexuais, trabalhar um pouco mais a mente dela na direção do sexo. É uma forma de ela aprender a se tocar e conhecer o próprio corpo”, explica a sexóloga.

Para quem está procurando uma forma de recuperar o “fogo” que normalmente se perde em relacionamentos longos, Carla explica que incluir um brinquedo erótico na relação ajuda (e muito!). De acordo com a especialista, além de fazerem com que o casal crie um pouco mais de intimidade, os “sex toys” se tornam um “elemento surpresa” que cria certa expectativa nos parceiros e os deixa empolgados para o sexo.

2. Os objetivos vêm antes da escolha

É natural que mulheres conversem entre si sobre brinquedos eróticos e compartilhem experiências, mas, segundo a sexóloga, não é uma boa ideia escolher um acessório como esse com base apenas em indicações. Para Carla, é importante que, antes de adquirir um brinquedinho, a mulher avalie quais são os objetivos dela com a compra.

Experimente fazer perguntas a si mesma. Como você se masturba? Quer um brinquedo erótico que a estimule da mesma forma que você já faz? Ou prefere um acessório que possa te dar prazer ao mesmo tempo em que agrada o parceiro? Quer – literalmente – aprender a ter orgasmos? Com os objetivos em mente, chegamos ao próximo tópico:

3. No começo, prefira lojas físicas

Além de lojas online facilitarem a vida de muita gente, há quem sinta muita vergonha de ir a “sex shops” e opte por comprar pela internet para evitar a experiência ao vivo, mas, de acordo com a sexóloga, ter contato com os acessórios é absolutamente essencial para quem está fazendo a primeira compra. “O importante é pegar [os brinquedos], ver a textura, entender como funciona, ver a vibração. Tudo isso vai determinar o que essa mulher vai escolher”, comenta.

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"Parabéns ao 1.000.000º cliente do sex shop!“

E na hora de ir às “sex shops”, nada de inibição: de acordo com Alessandra Seitz, diretora comercial da INTT Cosméticos, os funcionários desses locais são treinados para orientar os consumidores de forma que eles não se sintam julgados ou desconfortáveis. Entre, pergunte e peça ajuda; ninguém ali vai questionar suas preferências ou escolhas . Quando já houver certa familiaridade com o mundo dos brinquedos eróticos, aí sim é uma boa ideia começar a comprá-los pela internet.

4. Conheça os modelos e os materiais

Há muito tempo os brinquedos sexuais já não se resumem apenas aos consolos em forma de pênis. Alguns deles têm formatos específicos para alcançar o ponto G, outros estimulam essa região e o clitóris ao mesmo tempo, e, de acordo com Carla, é importante conhecer todas as opções antes de escolher uma delas para si. De acordo com Alessandra e Rita Bulhões, também da INTT, os brinquedos podem ser feitos de diversos materiais, como metal, plástico e látex, mas os mais indicados são os de silicone hospitalar, já que são mais suaves ao toque e fáceis de limpar.

As especialistas também explica que há seis modelos principais:

Personal (ou clássico)

Voltado para a penetração, para a prática do pompoarismo e até para massagem corporal, esse tipo de vibrador é um dos mais comuns. Eles costumam ter o tamanho médio de um pênis e vêm em diversos materiais diferentes, podendo ter um acabamento mais rígido, aveludado ou até ser recoberto por texturas que proporcionam sensações diferenciadas quando inseridos no canal vaginal.

Bullet

Esse tipo de brinquedo erótico é bem menor que o clássico e lembra uma cápsula. Apesar de pequenos, são potentes e costumam funcionar bem para estimulação clitoriana, vaginal e até anal.

Realístico

Como o próprio nome já diz, esse é o tipo de vibrador (ou consolo, já que alguns não vibram) que se assemelham ao pênis, tanto no formato e no tamanho quanto nas cores e até na textura.

Em formato de “U”

Por ter um formato inusitado, esse vibrador pode intimidar quem ainda não tem muito contato com esse tipo de acessório. Com duas extremidades, esse modelo serve para estimular duas coisas ao mesmo tempo. Alguns focam no ânus e na vagina, enquanto outros são mais apropriados para a dupla vagina + clitóris.  

Plugs e vibradores anais

Com o formato semelhante a de uma gota d’água unida a uma base, os plugs anais são, como o nome já diz, próprios para quem quer experimentar o prazer anal sem a presença do pênis. Como eles começam mais finos e vão ficando mais grossos, costumam tornar a penetração mais confortável no caso de pessoa que são iniciantes na prática.

Anatômicos

Esse tipo de vibrador tem formatos que variam de acordo com o foco do acessório. Alguns são curvados de forma a estimular melhor o ponto G, outros possuem um “bracinho” que ajuda a estimular o clitóris e alguns têm até um formato específico para que se acomodem na calcinha.

5. Atenção com a higiene

É claro que higienizar os “sex toys” após o uso é essencial, mas esse não é o único cuidado que se deve ter na hora de utilizar um desses. Antes de usar, é importante levar em consideração o local onde ele fica guardado, já que, dependendo de onde ele estiver, pode acumular sujeira na superfície, tornando necessário fazer uma higienização prévia do acessório.

Durante o uso, é importante ter bastante atenção. Um brinquedo erótico que foi inserido no ânus nunca deve ser usado no canal vaginal (e nem a situação inversa), já que ele pode carregar bactérias naturais de um orifício para outro, causando infecções. De acordo com Alessandra e Rita, a maior parte dos acessórios é à prova d’água e, sendo assim, basta lavá-los com água e sabão após o uso para que fiquem corretamente higienizados.

6. Não use sempre

Apesar de muitas mulheres saberem muito bem como se satisfazer sem um brinquedo erótico, esse tipo de acessório costuma provocar sensações diferentes e até fazer com que elas cheguem mais rápido ao orgasmo. Apesar de isso ser um aprendizado bastante prazeroso, Carla explica que não é uma boa ideia a mulher utilizar os acessórios sempre que for se masturbar ou ter relações sexuais.

Segundo a sexóloga, o costume pode levar a mulher a criar uma espécie de “dependência” da vibração e da rapidez que o “ sex toy ” oferece, fazendo com que outros estímulos se tornem menos prazerosos, inclusive com o parceiro ou parceira. “É como você fazer um bolo diferente todos os dias e, a cada dia, enfeitá-lo de um jeito. Tem dias em que você não vai enfeitá-lo de jeito nenhum”, afirma a sexóloga, reforçando que os brinquedos eróticos devem ser um diferencial no sexo ou na masturbação.

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7. Cuidado ao apresentar o “amiguinho” para o parceiro

Certo, incluir um brinquedo erótico na relação traz diversos benefícios ao casal, mas não é por isso que seu parceiro ou parceira precisa necessariamente ter vontade de fazê-lo.

Assim como todas as práticas sexuais, o uso dos “sex toys” em casal exige consenso de todas as partes e, para isso, Carla sugere uma boa conversa.

“Tem homens que se sentem ameaçados por vibradores, principalmente aqueles que têm um formato fálico, porque ele sente que o pênis está competindo com o vibrador. Converse antes, troque ideias. Mostre por que você quer, quais benefícios você acha que isso poderia trazer, escute o lado dele”, aconselha a sexóloga, frisando que não é uma ideia aparecer com o brinquedo erótico na conversa e apresentá-lo à outra pessoa apenas se ela topar a brincadeira.

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