Ainda que  manter a vida sexual conforme a idade avança ser algo benéfico para a saúde e que alguns estudos afirmem a possibilidade de a vida sexual ficar cada vez melhor com o passar dos anos, é comum a ideia de que, conforme envelhecem, tanto os homens quanto as mulheres enfrentam uma queda abrupta da libido e perdem a intimidade com o parceiro ou a parceira.

Perda de libido na terceira idade está ligada ao medo que a mulher tem de sentir dor ou urinar durante o ato
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Perda de libido na terceira idade está ligada ao medo que a mulher tem de sentir dor ou urinar durante o ato

Porém, enquanto muita gente credita essa queda na libido à simples falta de interesse em manter uma vida íntima, ao fim da paixão entre o casal ou até à falta de ânimo em razão de o corpo não ter mais a vitalidade que tinha há algumas décadas, um estudo recente mostra que, para a mulher, esse comportamento se deve a outros fatores, como o medo de sentir dor na relação e problemas na bexiga.

Detalhes do estudo

O levantamento em questão foi realizado por pesquisadores do Kaiser Permanente Center for Health Research de Portland (em Oregon, EUA), e contou com respostas de mais de 1,5 mil mulheres. A cada dez entrevistadas, duas delas afirmam que o medo de a relação ser dolorosa é o principal fator que as faz evitar o sexo , enquanto uma delas credita a falta de interesse à incontinência urinária, já que a condição faz com que elas temam urinar durante o ato ou precisar parar tudo na hora H para ir ao banheiro.

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Débora Padua, fisioterapeuta uroginecológica, afirma que cerca de 18% das mulheres sofrem com distúrbios que provocam dor e desconforto durante a penetração, e que boa parte delas começa a se queixar desse tipo de coisa durante a menopausa . Segundo a especialista, esse período é caracterizado por uma bagunça nos hormônios e, em muitos casos, diminui a irrigação do canal vaginal, fazendo com que ele fique menos flexível e lubrificado.

Apesar de haver formas de tratar essa falta de lubrificação (seja com um lubrificante íntimo comum, com cremes vaginais hormonais ou com remédios que controlam os hormônios), falar sobre esse tipo de questão ainda é tabu para grande parte da população feminina. De acordo com outro estudo, três a cada quatro mulheres sofrem com problemas na vagina, e 43% delas não procuram ajuda.

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Segundo Livia Daia, ginecologista e mastologista da clínica Daia Venturieri, é importante que a mulher converse com o médico sobre tudo, e isso inclui problemas como a falta de libido, mesmo que a paciente considere isso algo comum da idade. A especialista afirma que um dos grandes problemas da falta de diálogo e informações é as mulheres conviverem com condições como a dor na relação sexual achando que não existe tratamento. “Tem de buscar ajuda e, na conversa com o médico, você nunca pode esconder nada. Aquilo que você acha que é um detalhe desnecessário pode ser um ponto crucial”, explica ela.

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