Se você vai à academia, seja com o objetivo de emagrecer, ganhar condicionamento físico ou músculos fortes, provavelmente faz exercícios voltados para braços, pernas, glúteos, costas, peito e abdômen. Há, porém, uma musculatura importantíssima do corpo que fica de fora dessa rotina: a pélvica. Os músculos do assoalho pélvico são responsáveis por sustentar órgãos como a bexiga, o útero, a vagina e o intestino, e, quando ficam enfraquecidos, podem desencadear problemas como incontinência urinária e até prejudicar a vida sexual.
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Segundo Cátia Damasceno, especialista em sexualidade e colunista do iG Delas, exercitar o assoalho pélvico , além de prevenir problemas futuros, pode ser a salvação para mulheres que têm anorgasmia, ou seja, as que não conseguem chegar ao orgasmo durante as relações sexuais. Apesar de a ideia de exercitar essa musculatura parecer estranha, não é estritamente necessário utilizar acessórios invasivos para fazê-lo, já que há práticas bastante conhecidas que promovem esse fortalecimento. Conheça cinco tipos de exercícios que trabalham essa região e ajudam a fortalecê-la:
1. Ioga
Não, a ioga, prática que combina exercícios de postura, relaxamento e meditação com técnicas respiratórias, não mexe apenas com a flexibilidade e com os níveis de estresse de quem é adepto. De acordo com Leilane Lobo, instrutora da prática, além de a ioga despertar consciência corporal – o que pode ser útil, já que muitas pessoas mal conseguem controlar voluntariamente os músculos do assoalho pélvico –, os exercícios propostos utilizam muito a região do quadril e os músculos da pelve, fortalecendo-os no processo.
2. Pompoarismo ou exercícios de Kegel
Os exercícios de Kegel levam esse nome em homenagem ao ginecologista norte-americano Arnold Kegel que, na década de 1940, se inspirou na prática oriental do pompoarismo e criou práticas voltadas para o fortalecimento dos músculos pélvicos. De acordo com Cátia, independente do nome que recebem, esses exercícios beneficiam a vida sexual de várias formas.
Exercitando os músculos do assoalho pélvico, a região se torna mais irrigada, contribuindo para o combate ao ressecamento vaginal – problema que acomete muitas mulheres na época da menopausa – e até às cólicas menstruais. Além disso, ao fortalecer os músculos da região, o pompoarismo também pode melhorar os orgasmos femininos, muitas vezes dando às mulheres a capacidade de ter orgasmos múltiplos e de contrair o canal vaginal de forma rítmica durante a penetração.
Talvez a melhor parte do pompoarismo seja que, a menos que a pessoa esteja usando acessórios próprios para o exercício (como bolinhas tailandesas), ninguém percebe que ela está se exercitando. Segundo Cátia, para quem quer começar, o ideal é treinar o movimento de contração e relaxamento dos músculos vaginais, o mesmo que se faz para segurar o xixi, por exemplo. A especialista indica contrai-los por três segundos de 20 a 30 vezes, descansar por um minuto e repetir. Antes de começar, porém, é recomendado buscar mais orientações com um ginecologista ou fisioterapeuta.
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3. Pilates
Essa modalidade de exercícios, que se popularizou bastante nos últimos anos, até parece que não exercita nada, mas é capaz de fortalecer bastante tanto os músculos dos braços, pernas, costas e abdômen quanto os pélvicos. Isso porque o pilates exige que, ao praticar os exercícios, a pessoa contraia os músculos abdominais e pélvicos, partindo do princípio que a força necessária para fazer os movimentos deve vir de dentro.
4. Ponte, pernas para o alto e abdominal com bola
Além dessas modalidades e da ginástica íntima, há também alguns exercícios isolados que podem ajudar a fortalecer a musculatura da região pélvica. De acordo com Keith McNiven, campeão de luta e personal trainer consultado pelo “Daily Mail”, fazer a ponte, erguer as pernas ou fazer abdominais com bola são alguns deles, porque, ao fazer o movimento, a pessoa precisa contrair os músculos dos glúteos e do assoalho pélvico para reunir forças.
Para o primeiro, a pessoa deve se deitar no chão, flexionar as pernas e erguer os quadris mantendo os ombros, a cabeça e os braços encostados no chão. Essa é uma posição comum em exercícios de pilates e pode ser feita em casa desde que a pessoa não possua problemas de coluna. O segundo requer que a pessoa inicie o movimento deitada no chão com os braços paralelos ao corpo. Em seguida, ela deve contrair o abdômen e lentamente erguer as pernas na direção do teto, uma de cada vez.
Já o terceiro é um pouco mais avançado. Para começar, a pessoa se deita no chão com os joelhos flexionados enquanto segura uma bola de ginástica. Lentamente, ela deve erguer as costas do chão como no abdominal básico. O mais indicado, porém, é buscar orientação com um médico, fisioterapeuta ou profissional de educação física antes de começar a executar esses exercícios.
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5. Sexo!
É isso mesmo, assim como fortalecer os músculos pélvicos faz com que o sexo fique cada vez mais prazeroso, fazer um bom sexo também ajuda a exercitar a região. Tanto durante a estimulação sexual – seja com as mãos, com brinquedos eróticos ou durante o ato em si – quanto durante o ápice do prazer, os músculos pélvicos se contraem e relaxam de forma involuntária. De acordo com a sexóloga Priscila Junqueira, quando mulheres chegam ao orgasmo, costumam sentir contrações ou até a sensação oposta que, por sua vez, normalmente está ligada à ejaculação feminina.
Não há uma forma certa ou errada de se fazer sexo. Contanto que você esteja se divertindo e tendo prazer, também estará fortalecendo o assoalho pélvico tanto quanto com a prática do pompoarismo. E aí, prevenir incontinência urinária, cólicas e ressecamento vaginal com sexo não parece uma boa ideia?