De acordo com um estudo recente promovido pela marca de produtos íntimos Vagisil e que consultou mais de mil mulheres britânicas acima dos 18 anos, três a cada quatros pessoas do sexo feminino sofrem com problemas na vagina (tais como dores, coceiras e secura), mas não falam sobre isso com ninguém.

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Muitas mulheres pensam que têm uma vagina incomum porque não são estimuladas a conhecer a própria anatomia
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Muitas mulheres pensam que têm uma vagina incomum porque não são estimuladas a conhecer a própria anatomia

Entre os motivos relatados para não comentarem sobre essas questões com ninguém, as mulheres consultadas para a pesquisa citam a falta de informações disponíveis sobre o assunto. Pelo bem das mulheres, portanto, é preciso estimular a discussão sobre o corpo e o funcionamento do organismo feminino, e isso inclui – é claro – a vagina . Confira alguns mitos e verdades sobre a aparência e o funcionamento desse órgão:

1. Elas têm a capacidade de esticar

Verdade! De acordo com a ginecologista Mariana Maldonado, o órgão sexual feminino se adapta ao formado de qualquer objeto que é inserido nela ou que precisa passar por ali, desde um absorvente interno até um bebê.


"Vaginas são incríveis"




2. Fazer muito sexo e passar por um parto normal alarga a vagina

Mito! A vagina é anatomicamente capaz de se expandir para acomodar coisas pequenas, grandes, finas e largas. A passagem de um bebê é perfeitamente possível e, depois que isso acontece, ela volta à forma normal.

Seguindo esse raciocínio, se o canal é capaz de se esticar para que um bebê passe e consegue retomar a forma original em questão de dias, não é um absorvente interno ou um pênis que vai fazer com que ele fique permanentemente largo.

Mariana afirma, porém, que há algumas exceções; caso haja alguma complicação durante o parto ou ele não seja devidamente assistido, pode ser que a mulher sofra uma lesão na região do períneo, o trecho de pele que fica entre a vagina e o ânus. De acordo com ela, o períneo é o que dá apoio muscular para a região da vagina e, quando lesionado, pode gerar problemas. Em casos como esses, há cirurgias reparadoras que ajudam a resolver a questão.

3. Ficar muito tempo sem sexo faz a mulher “voltar a ser virgem”

Mito! De acordo com a ginecologista, é possível que, após um longo período de tempo sem fazer sexo , a mulher fique mais tensa na hora de transar. O nervoso na hora H, seja a mulher virgem ou não, faz com que os músculos vaginais se contraiam, o que pode dar a impressão de que o canal está mais apertado, mas o fato de a região não estar sendo manipulada há muito tempo não faz com que ela sofra qualquer mudança anatômica.

4. Elas são todas iguais por dentro e por fora

Mito! Ao contrário do que ocorre na criação dos homens, as mulheres não são incentivadas a conversar sobre sexualidade ou a explorar o próprio corpo. Com isso, muitas delas ficam envergonhadas demais para perguntar ou pesquisar a respeito da própria anatomia.

Esse comportamento faz com que muitas mulheres sejam inseguras a respeito da aparência da própria vulva , ou seja, a parte externa do órgão. As vaginas que são mostradas em filmes pornô e ensaios sensuais são muito parecidas entre si, mas, segundo a ginecologista, a única coisa que é igual para todas é a parte interna do órgão. Ela explica que, da mesma forma que há pênis de formatos, inclinações e tamanhos variados, há vulvas com lábios menores, maiores, de diferentes tons de pele e formatos.

Sendo assim, nada de sentir que sua amiguinha é o patinho feio das vaginas. Conheça sua região única e tenha em mente que ela não precisa seguir um padrão.

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5. A região tem bactérias próprias (e boas)

Verdade! De acordo com a ginecologista, o órgão não apenas tem bactérias próprias da flora vaginal como também possui organismos responsáveis por defendê-lo e garantir que haja um equilíbrio no sistema como um todo. Com esse equilíbrio, as bactérias boas e as que podem causar infecções como a candidíase convivem em harmonia.

Essa harmonia, porém, pode ser quebrada. “Quando esse equilíbrio é rompido, seja pela imunidade estar frágil, por uma doença que favoreça esse desequilíbrio ou por maus hábitos de higiene, a mulher pode ter alguns sintomas de que algo não está certo”, afirma Mariana.

6. Fazer lavagens internas é bom para a vagina

Mito! A médica afirma que as duchas caseiras não são nada indicadas sem que haja recomendação médica por algum motivo específico. Segundo ela, muitas mulheres recorrem a esse processo  por conta própria por acharem que, dessa forma, ficarão mais limpas, mas além de a lavagem remover as bactérias que podem ser prejudiciais à saúde, também remove a defesa da região vaginal. “É um tiro no pé porque aumenta as chances da mulher ter infecções”, explica Mariana.

De acordo com a médica, a limpeza pode ser feita na parte externa da vagina, mas nunca com o mesmo sabonete utilizado no corpo ou produtos de composição muito elaborada. O ideal é utilizar um sabonete que seja neutro para que o pH da região não fique desregulado.

7. É possível perder um absorvente interno dentro dela

Mito! Você colocou um absorvente interno, se esqueceu de retirá-lo e a cordinha sumiu?

Sem pânico, ele com certeza ainda está lá, apenas ficou fora de seu alcance. “Não somos um saco sem fundo, somos um saco com fundo. O absorvente não vai se perder em um universo cósmico”, brinca a ginecologista. Se a cordinha se rompeu ou um pedacinho do absorvente ficou preso e a mulher não conseguir retirá-lo é importante buscar ajuda profissional.

8. A região possui um odor que varia de pessoa para pessoa

Verdade! Assim como todos os odores naturais do corpo, a região vaginal também possui o seu. “Nossos odores também são variáveis, alguns são mais acentuados do que outros e na vagina não seria diferente. Ele pode variar de mulher para mulher e também é muito influenciado por inflamações que ela pode ter e nem perceber, por uma DST e por usar produtos inadequados como talcos, desodorantes e protetores íntimos”, explica Mariana.

9. A vagina pode ser exercitada

Verdade! A região pélvica é composta por músculos e, assim como qualquer outra musculatura do corpo, ela pode ser exercitada. Técnicas como o pompoarismo, a ioga e até o tantra podem despertar consciência corporal e ajudar a mulher a exercitar a região. Isso acaba gerando benefícios tanto para a vida sexual quanto para a saúde, já que ajudam até quem tem incontinência urinária.

10. Assim com o pênis, o clitóris também tem ereções

Verdade! A ginecologista explica que o clitóris e o pênis têm a mesma origem embriológica, ou seja, são formados da mesma forma durante o processo de divisão das células que criam o embrião humano. Dependendo do sexo daquele embrião, o órgão vai se desenvolver de uma forma ou de outra. “O clitóris tem a mesma estrutura interna de um pênis, mas é menos desenvolvido. Ele tem, sim, um processo de ereção, mas normalmente isso não é perceptível pelo tamanho do órgão”, explica.

11. O clitóris serve exclusivamente para o prazer

Verdade! Ao contrário dos homens, cujo órgão sexual tem outras funções além de dar prazer, o pequeno clitóris é um órgão bastante dedicado e que serve apenas para proporcionar prazer à mulher. E aí, você ainda precisa de mais motivos para entender, apreciar e cuidar da sua vagina?

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