Apesar da maior parte dos consumidores de pornografia ainda serem os homens, pesquisas apontam que o consumo de material adulto por mulheres não só existe como também vem aumentando. De acordo com um levantamento realizado pelo site “PornHub”, as mulheres lideram o consumo desse tipo de conteúdo em celulares e aparelhos móveis, representando 80% do tráfego.
![Mulheres estão consumindo cada vez mais material adulto Mulheres estão consumindo cada vez mais material adulto](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/4q/rz/0e/4qrz0en7r2q4ykwrpiwj4pwwq.jpg)
Apesar disso, o conteúdo, em geral, expõe um padrão de beleza irreal: os atores estão quase sempre depilados e são, em sua maioria, brancos. O lado obscuro da indústria pornográfica foi exposto por diversas ex-atrizes e documentários que falam sobre como mulheres que entram para o mundo da pornografia podem sofrer diversos tipos de abuso, como o popular "Hot Girls Wanted".
Pensando nisso, a designer Mackenzie Peck teve a ideia de criar um “pornô ético” que passasse a imagem de que os envolvidos realmente querem estar lá e que não fosse ilustrado apenas por corpos brancos, heterossexuais e magros. À versão britânica do veículo “Independent”, Mackenzie conta como criou a “Math”, uma revista pornográfica idealizada como feminista e voltada, principalmente, para o prazer feminino.
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![A ideia de Mackenzie para a undefined](http://statig0.akamaized.net/bancodeimagens/71/rk/ox/71rkoxjozs42edd67uxgl1ou1.jpg)
A designer relata que a ideia surgiu em uma festa em Baltimore, nos Estados Unidos. “Eu não conhecia ninguém, então estava vagando sozinha quando notei um grupo de mulheres subindo para o segundo andar da casa. Naturalmente, eu as segui. Lá, as mulheres estavam provando e trocando roupas de uma forma sexy e despreocupada. Pensei comigo, como posso estar em um ambiente assim o máximo possível? As próximas palavras que surgiram na minha mente foram: ‘Vou começar uma revista pornô ’”, explica ela ao veículo.
A publicação então nasceu em meio a outros afazeres da designer; uma pessoa que ela conhecia se ofereceu para fotografar e trouxe as duas modelos que ilustraram a primeira edição da revista, que é publicada sem uma editora. “Me senti obrigada a continuar o que começamos, não queria decepcionar as pessoas”, diz Mackenzie.
![De acordo com Mackenzie, a pornografia convencional está desagradando muita gente De acordo com Mackenzie, a pornografia convencional está desagradando muita gente](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/bp/ld/ed/bplded55kmmghb68cmwu3htvn.jpg)
Ela conta que, no início, ela abordava pessoas na rua, como casais se beijando em locais públicos. “Se eles estavam ok com esse tipo de exibicionismo, talvez topassem posar para a minha revista”, afirma ela. O plano, porém, não deu certo; apesar de lisonjeadas, nenhuma das pessoas abordadas pela designer ilustraram as páginas da “Math”. Hoje, a equipe da revista é que é procurada por modelos pelo Instagram e pelo Twitter.
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Novo conceito
De acordo com Mackenzie, é comum que, ao verem a publicação pela primeira vez, algumas pessoas contestem o conceito e digam que aquilo não é pornografia. “O errado da indústria pornográfica é que ela não está satisfazendo as necessidades de muita gente. Os tipos diferentes de corpos e o vasto oceano de desejos sexuais raramente são explorados e as pessoas estão impacientes por algo que exalte a sexualidade por sua mágica e inclua todas as formas de fazer sexo”.
![Modelos de ensaios da Modelos de ensaios da](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/6q/j0/72/6qj072vmidgvfze2ad7mu8808.jpg)
“Ao contrário de muitos criadores de pornografia, não estamos vendendo uma fantasia inalcançável. Com empatia, comunicação e confiança, podemos encontrar o que queremos no amor e no desejo”, afirma a designer, esperando que um dia sua proposta deixe de ser vista como “rebelde”. “Não podemos ser forasteiros para sempre, né?”.