"A prevenção natural é o sexo", diz ginecologista sobre a atrofia vaginal
Especialista explica o que causa a atrofia vaginal, suas consequências, e como ela pode ser prevenida. Saiba tudo sobre a condição
Quando a mulher tem cerca de 50 anos – variando do período de 45 a 55 anos – chega a menopausa , que marca o fim da vida reprodutiva, acabando com os ciclos menstruais e de ovulação . Entre os tantos problemas elencados pelas mulheres nesse período, está a atrofia vaginal.
A menopausa é marcada pela mudança hormonal feminina, especialmente a queda do estrogênio, que é o principal responsável pela atrofia vaginal , como explica a ginecologista e coordenadora do Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana da USP, Lucia Alves da Silva Lara: “Após a menopausa, o estrogênio reduz quase a zero e deixa de alimentar as camadas da vagina, e assim, ocorre redução do número de vasos e de nervos".
Dessa maneira, os tecidos vaginais são substituídos por tecidos mais rígidos, apresentado o quadro de atrofia. “Com o passar do tempo, estes tecidos resistentes vão encurtando a vagina e ela torna-se menos elástica. Assim, a vagina torna-se menor e mais ressecada e com diâmetro reduzido”, completa a ginecologista.
Consequências
De acordo com Lucia, uma das principais consequências da atrofia vaginal é sentir dor durante a relação sexual, o que acaba diminuindo o desejo da mulher por sexo
Mas outros problemas também podem acometer as mulheres. Na menopausa, elas são mais suscetíveis a infecções e corrimentos porque há a desregulação do pH vaginal, deixando a região menos ácidas. “Isso torna o ambiente favorável à proliferação de bactérias”
Além do ressecamento vaginal atrapalhar a relação sexual, com a falta de lubrificação a região pode ficar mais seca causando irritação e coceiras.
A atrofia vaginal pode ainda resultar na atrofia do sistema urinário que, além de causar descontrole na vontade de urinar, pode fazer com que a mulher sinta nesse ato.
Em casos mais graves de atrofia pode acontecer a perda de sustentação dos órgãos como útero, bexiga e intestino, deslocando o para fora da pelve.
Como prevenir e tratar?
“A prevenção natural da atrofia vaginal é o sexo”, explica a ginecologista, pois com a relação, a região é estimulada, podendo manter a elasticidade e maior lubrificação da vagina. Mas se houver dor, a recomendação de Lucia é abusar dos lubrificantes para garantir que a relação seja prazerosa.
+ Falta de lubrificação na menopausa
Outros tipos de tratamento também são sugeridos, como um simples hidratante vaginal para ser usado na hora de deitar, que deixa a vagina mais úmida.
Um tratamento sempre mencionado é o tratamento hormonal. Além da reposição hormonal clássica, quando é propriamente para tratar a atrofia vaginal, é indicado um tratamento local com aplicação do princípio ativo na vagina. Esse método tem menos efeitos colaterais, graças à menor absorção sistêmica
Mas antes de iniciar qualquer um destes tratamentos para a atrofia vaginal – exceto o sexo, que é liberado conforme sua vontade – é importante consultar um especialista.