Cristiana Magalhães, de 49 anos, e as filhas Fernanda e Carolina Brito
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Cristiana Magalhães, de 49 anos, e as filhas Fernanda e Carolina Brito

O que é capaz de reunir diferentes gerações de mulheres, como Beatrice Pineschi, de 17 anos, a mãe dela, Sigried Buchweitz, de 47 anos, Cristiana Magalhães, de 49 anos, e as filhas Fernanda e Carolina Brito? A resposta é: a paixão em dançar na ponta dos pés, o grande desafio imposto às bailarinas. Sigried, Cristiana e as meninas conheceram outra apaixonada pela técnica, a bailarina profissional, professora de balé clássico e coreógrafa Lygia Armbrust, que criou o método inclusivo On Pointe.

Ele permite que qualquer pessoa que pratique balé possa aprender a dançar na ponta. As aulas estão disponíveis para os níveis iniciante, intermediário e adultos. “Subir na ponta é a realização de um sonho para muitas bailarinas e é um grande desafio, mas com muita dedicação, perseverança e disciplina, isso é possível para todos. Afora isso, há um segredo: a escolha correta da sapatilha ideal”, afirma Lygia. E foi ela quem auxiliou Sigried, Cristiana e suas filhas nessa busca perfeita.


Paixão passada de geração em geração


Foi o encanto por dançar na ponta reuniu mãe e filha na mesma turma: Beatrice, que tinha dançado balé quando criança, parou e decidiu voltar poucos anos depois, e sua mãe, Sigried, que já tinha se dedicado a diversos estilos de dança, mas só começou no balé clássico já adulta, em torno dos 42 anos. Há cerca de 6 meses elas estão juntas na mesma turma, buscando o aprimoramento na ponta.

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Beatrice Pineschi, de 17 anos, a mãe dela, Sigried Buchweitz, de 47 anos

“Beatrice e eu sempre fomos muito próximas, mas dançar juntas aumenta a convivência e reforça a boa relação que temos. Conversamos sobre dança e tiramos dúvidas uma da outra”, conta. Também para Sigried, a ponta tem um lado mágico: “A gente flutua na ponta. É um desafio se colocar sobre uma superfície tão pequena. Dali, para voar, só falta o pulo. Você se sente etérea. Mas é preciso muita técnica. Ninguém sai andando na ponta logo no início”. Mas bom mesmo, conta ela, é dançar ao lado da filha. “Temos uma turma incrível e é muito bom quando nos apresentamos juntas, mas poder dançar com a minha filha é muito melhor!”.

História parecida conta Cristiana Magalhães, de 49 anos, mãe da Fernanda e da Carolina, de 15 e 13 anos, respectivamente. Ela transmitiu às filhas sua paixão pelo balé. “Minha mãe me colocou no balé ainda criança, por indicação do pediatra, por conta dos meus pés chatos. Fiz dos 4 aos 18 anos. Voltei para a dança aos 38 anos, inicialmente para o jazz, e aos 42 anos voltei para o balé clássico”, lembra ela. As filhas começaram a praticar balé com 4 e 3 anos.

No segundo semestre de 2021, mãe e filhas resolveram encarar o desafio da ponta juntas, na mesma turma. “Dançar na ponta é um sonho para quem faz balé: é lindo e, ao mesmo tempo, desafiador. Eu quis voltar a praticar a ponta e elas entraram no desafio. Fizemos aula de ponta juntas por cerca de um ano e meio e foi muito bom para fortalecer ainda mais o nosso vínculo. Dançar junto com as minhas filhas foi uma experiência emocionante”, afirma. 


Muito mais que um calçado


Instrumento de trabalho ‘número um’ das bailarinas, as sapatilhas de ponta sempre foram as queridinhas das bailarinas, apesar da dor ou machucados que poderiam causar. Mas Lygia Armbrust garante que não é preciso sofrer para dançar na ponta. Ela atua também como fitter, assessorando alunas de balé na escolha da sapatilha de ponta mais adequada para cada uma. “É preciso um trabalho cuidadoso para selecionar a sapatilha que melhor se ajuste ao pé da bailarina. Para isso, eu analiso como ela sobe na meia ponta, assim como a anatomia dos pés e vamos testando qual modelo se adapta melhor”, explica. 

O ortopedista Mário Henrique Loureiro, especialista em pé, tornozelos e pernas do Hospital São Vicente de Paulo (RJ), reforça a importância da escolha cuidadosa do calçado. “Dançar na ponta dos pés sem o devido acompanhamento pode causar riscos como feridas, perda da unha, fratura por estresse ou fratura dos dedos. O bom treinamento e a escolha da sapatilha mais adequada para cada bailarina minimiza os problemas”, afirma ele.

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