O cantor MC Cabelinho revelou, na última semana, que deseja passar por uma reversão de vasectomia. Em entrevista ao iG Gente, o rapper contou que, em breve, passará pela cirurgia para poder ter filhos com a namorada, a atriz Bella Campos: “quando decidirmos que é a hora, eu reverto."
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"Quero deixar bem claro que posso ser pai quando eu quiser e, por isso, optei pela vasectomia reversível”, contou Cabelinho em suas redes. Assim como o artista, qualquer homem que não deseja ter filhos no momento pode fazer uma vasectomia, que é reversível.
A vasectomia impede liberação de espermatozoides durante a ejaculação. Na cirurgia, os canais deferentes, que são os tubos responsáveis pelo transporte dos espermatozóides dos testículos para a uretra, são cortados, amarrados ou selados.
O procedimento é extremamente rápido: com a anestesia local, são necessários apenas 15 a 30 minutos para a esterilização. A cirurgia pode ser feita no consultório médico e não é necessário nem mesmo a internação.
Durante esse tempo, é feito um acompanhamento e monitoramento por meio de espermogramas para verificar a presença dos espermatozoides. Normalmente, eles começam a desaparecer a partir de 60 dias após a cirurgia.
Assim, o homem consegue ejacular fluido seminal normalmente, mas não libera espermatozoides no processo, impossibilitando a concepção.
No entanto, é comum que homens se arrependam do procedimento e desejem conceber novamente. É o que explica Emir de Sa Riechi, médico especialista em Urologia e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)
“Na maioria das vezes, a reversão é procurada devido a um novo casamento, especialmente quando homens se casam com mulheres mais jovens. Alguns homens desejam ter filhos novamente e buscam a reversão para atender a essa necessidade.”
Em momentos de arrependimento, a reversão é uma possibilidade médica. Os especialistas reiteram que o procedimento não garante a restauração completa da fertilidade e é considerado mais complexo e invasivo do que a vasectomia original.
Emir explica que essa cirurgia é feita através de microscopia para ligar os canais novamente, permitindo a passagem de espermatozoides do testículo para a próstata e a vesícula seminal.
Entre os critérios para realizar a cirurgia, o médico lista ter condições de saúde satisfatórias e a idade não muito avançada. “Outro fator importante é o tempo decorrido desde a vasectomia. Quanto mais tempo passou desde a vasectomia, menor é a chance de sucesso na reversão”, conta o especialista.
A idade da esposa também é um fator a ser considerado para a realização da cirurgia: “se ela estiver em uma idade limítrofe, a recuperação pode levar mais tempo e dificultar a gravidez.”
A reversão dos canais é feita microscopicamente e tem alta taxa de sucesso. No entanto, a reversão da fertilidade nem sempre acompanha a reversão cirúrgica. Emir cita fatores como fibrose dos canais e o tempo decorrido desde a vasectomia, que podem afetar a produção e a qualidade dos espermatozoides.
“Não é possível estabelecer uma porcentagem exata, mas acima de 50% dos casos apresentam sucesso na reversão da fertilidade”, afirma.
Mas existem soluções: se a reversão não é bem-sucedida, uma alternativa, segundo Emir, é a capacitação espermática para a fertilização in vitro. “É possível realizar a captação de espermatozóides do epidídimo ou do testículo para procedimentos de fertilização assistida, como a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).”
Vale também lembrar que a vasectomia é uma cirurgia oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas sua reversão não é disponibilizada. Por isso, apenas o setor privado realiza tal procedimento, que custa entre R$ 5 mil a R$ 20 mil.
Para homens que consideram realizar a vasectomia mas não desejam se arrepender do processo, Vanessa Gebrim, psicóloga e especialista em psicologia clínica pela PUC-SP, aconselha o casal a passar avaliação psicológica.
“Ela auxiliará o paciente a entender sobre o procedimento do ponto de vista emocional, abordará dúvidas e fantasias sobre o processo, sendo também uma forma de ajudar na reflexão sobre os prós e contras dessa escolha, além de auxiliar o paciente a compreender as suas motivações para realizar ou não o procedimento, permitindo uma escolha adequada, consciente e segura.”
Ela reitera que hoje já existem outros métodos como a fertilização in vitro, ou a própria adoção, em casos em que a reversão não funcione. “É preciso entender que esse não é o fim e que existe uma saída para o problema. Fazer terapia é bem efetivo nesse momento.”
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