De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, mais da metade dos adultos no Brasil (60,3%) apresentam excesso de peso, o que representa 96 milhões de pessoas, sendo que o sexo feminino contabiliza 62,6%, e o masculino soma 57,5%.
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A dra. Elaine Dias JK, que é PhD em endocrinologia pela USP e autora de um protocolo de emagrecimento exclusivo, esteve no Obesity Week, em San Diego, na Califórnia, no início de novembro, onde foram apresentados os mais recentes desenvolvimentos em ciência e tratamentos de obesidade baseados em evidências.
A médica conta que uma das grandes promessas, especialmente entre os adolescentes com idade de 12 a 18 anos, é a Semaglutida 2.4mg. Em estudo chamado STEP TEENS, houve uma redução média de 17% no IMC (índice de massa corpórea) e uma melhora acentuada na qualidade de vida, níveis de colesterol, triglicerídeos e glicose desse grupo de pacientes.
A dra. Elaine explica que a Semaglutida já existe no Brasil como Ozempic, porém, nas doses de 0,5mg e 1mg. Nos Estados Unidos há também o Wegovy, que é uma Semaglutida com doses até 2.4mg, utilizada nesse estudo.
Outra novidade apresentada durante o Congresso são os medicamentos quiméricos, que associam Semaglutida e Bimagrumab, levando à diminuição da gordura e ao aumento do músculo. Eles são uma tendência e, segundo a médica, apesar de promissor, ainda está em fase de estudo.
Outro tema que merece destaque é o potente agente quimérico triplo SAR441255, que é a associação do GLP1, GIP e GLUCAGON e leva ao emagrecimento de 60% do peso corporal, mas que ainda está em estudo de fase II.
E, para finalizar, foram apresentadas várias vezes os estudos com a já famosa Tirzepatida, liberada nos Estados Unidos e provavelmente será autorizada no Brasil em 2023. É também um agente quimérico, com a associação do GLP1 e do GIP na dose de 15MG semanal. O resultado levou uma média de perda de peso de 20% a 30% do peso corporal total.
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Elaine esclarece que existem diversos fatores relacionados à obesidade e sobrepeso e, por isso, é fundamental que o paciente faça uma avaliação médica, embasada em exames laboratoriais. “A automedicação não deve ser praticada. Além da genética, temos a ansiedade e a compulsão alimentar entre os principais gatilhos para gordura excedente no organismo. Nas minhas consultas, os pacientes buscam muito a qualidade de vida e autoaceitação. Foi assim que percebi a necessidade de aliar tratamentos endocrinológicos com tecnologias que tratam a estética. O importante não é quanto se emagrece, mas como o paciente está feliz consigo mesmo”, comenta a endocrinologista.