Uma das maiores tentações para quem está de dieta é passar diante da vitrine de doces e guloseimas de sua padaria preferida. Ou na hora do jantar, pensar naquela hambúrguer ou outro junk food do coração. A boa notícia é que não é preciso sofrer sempre.
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Segundo a nutricionista holística e escritora australiana Lee Holmes, autora do livro "Supercharge your Gut", é possível comer guloseimas e junk food sem perder de vez a linha na dieta. "Ao mesmo tempo que apenas uma refeição saudável não vai te deixar mais forte, uma refeição não-saudável não vai fazer você engordar", compara a especialista em entrevista ao jornal britânico "Daily Mail".
Mas também não é para sair por aí atacando o que tiver pela frente. "É tudo uma questão de equilíbrio", defende Lee. "Eu não recomendo comer junk food o tempo todo, mas isso pode fazer, sim, parte da rotina se não tiver associado com culpa", completa.
A nutricionista holística ainda lista algumas delícias clássicas e acaba com alguns mitos, mostrando como incluí-las no cardápio.
1. Chocolate
Essa guloseima é, sim, rica em açúcar e gordura, principalmente se a opção escolhida for a versão ao leite. Há chocolates apontados como mais saudáveis, como aqueles com maiores teores de cacau. Eles também são saborosos e trazem benefícios para o organismo, já que contêm menos substâncias ruins e ainda são ricos em antioxidantes. Eles também podem ser fontes de magnésio, que é fundamental para o corpo.
Mas se a vontade for mesmo por um chocolate ao leite, Lee também tem uma dica e cita mais uma vez a questão de "comer sem culpa". Ela lembra que esse doce ajuda a liberar serotonina, um hormônio que traz a sensação de felicidade. "Se vai dar uma mordida em seu chocolate preferido, viva esse momento. Deixe que ele derreta em sua boca e aproveite", comenta Lee.
E como é preciso sempre ter equilíbrio, cuidado para não exagerar. "Muito de uma coisa boa nunca vira uma coisa boa", brinca a profissional.
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2. Sorvete
Está calor e bateu aquela vontade de tomar um sorvete. Mais uma vez, vá sem culpa e aprecie o momento. De acordo com Lee, essas guloseimas podem ser uma fonte de cálcio, nutriente que ajuda a fortalecer dentes e ossos.
"Claro que não recomendo ingerir todo o cálcio necessário na alimentação de sorvetes ou laticínios - há vegetais e outras excelentes fontes desse nutriente -, mas lembre-se disso quando for escolher seu sabor favorito", diz Lee.
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O sorvete ainda pode trazer outros benefícios. Os feitos à base de frutas e que levam água - e atá água de coco - ajudam na hidratação, além de serem os menos calóricos. Para aproveitar as vantagens do cálcio, já é fácil encontrar nos mercados versões feitas com leite desnatado, que é bem menos gorduroso que o integral.
Vale cuidado com os extras. Uma bola de sorvete provalvemente não vai acabar com sua dieta, mas uma bola de sorvete com calda de chocolate, confeitos, palitinho e outras coisinhas mais podem acabar pesando na balança. Se estiver se servindo em um buffet, por exemplo, prefira completar o doce com frutas e cereais, por exemplo.
3. Hambúrguer
Lembra do hambúrguer que citamos lá no começo? Há, sim, meios de incluir essa delícia no cardápio. Mas não é todo hambúrguer que pode ser bem-vindo. Lee indica fugir daquelas clássicas cadeias de fast-food que, por mais que oferecem sanduíches com saladas e vegetais, usam ingredientes carregados do sódios, gordura trans, aditivos, realçadores de sabor e outros ingredientes. nada saudáveis. Se for a uma lanchonete, opte pelas artesanais, que produzem os próprios produtos na casa.
Mas para a nutricionista, a melhor opção é arregassar as mangas e partir para a cozinha. "Enquanto os hambúrgueres industrializados e dessas grandes cadeias são cheios de aditivos, o que é feito em casa pode ser uma boa escolha", compara.
A chave é saber escolher os ingredientes. "Se optar por sua proteína magra preferida como base e usar vegetais frescos no recheio e um pão de boa qualidade - ou mesmo uma folha como alface para montar um wrap, não necessariamente terá uma refeição não-saudável", explica Lee.
4. Pizza
Está aí uma paixão mundial. E se olharmos bem, trata-se de uma refeição bem interessante. "O molho geralmente é feito com tomate, que é rico em vitamina A e C e antioxidantes", fala a profissional. "Muitos sabores contam com vegetais na cobertura, e vegetais são ótimos", continua. "E você ainda pode escolher a massa, optando por um preparo gluten-free ou versão integral", completa.
O problema são os outros recheios, cheios de gordura e açúcar. Mas, dependendo da escolha, uma ou duas fatias dessa iguaria estão liberadas na dieta.
Mais uma vez, Lee sugere preparar a própria refeição. Com isso, é possível, por exemplo, fazer uma massa à base de couve-flor. Alguns vegetais também podem ser usados para isso, como berinjela ou abobrinha.
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5. Bebida alcóolica
Claro que é sempre preciso moderação quando se trata de uma bebida alcóolica. Entretanto, Lee ressalta que com esse cuidado, algumas bebidas, como vinho, podem trazer até benefícios para a saúde.
Vale também fazer boas escolhas na hora do happy hour com os amigos. "Se você vai beber, opte por bebidas com água ou limão ou mesmo vinho tinto, que é rico em antioxidantes e baixo em açúcar", fala Lee.
O que riscar do cardápio
Apesar de defender uma alimentação bem flexível, Lee Holmes afirma também que, no caso de alguns itens, é melhor eliminar mesmo da dieta. Veja alguns exemplos:
1. Alimentos processados
Até chegar ao resultado final, esses alimentos passaram por tantos processos que perderam nutrientes e minerais. Além disso, também são incluídos no alimento aditivos e ingredientes artificiais para realçar o sabor. No final, ingerir uma grande quantidade desses itens pode causar diversos danos à saúde.
2. Açúcar
"Todas as formas de açúcar deveriam ser evitadas o máximo possível ou mesmo eliminadas da dieta", afirma Lee. O mesmo vale para adoçantes. "Adoçantes artificais são o pior tipo de comida", completa.
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3. Sal de cozinha
A sugestão da nutricionista é substituir esse tempero por sal marinho. Ela ainda lembra que muito sal de cozinha pode contribuir para o aumento da pressão e para doenças do coração. e muitas vezes, consumimos esse item sem notar, ao ingerir os alimentos processados ou os servidos em fast-foods.
4. Óleos vegetais e gordura hidrogenada
Segundo a especialista, é preciso cuidado com esse item, pois muitos acabam sendo fonte de gordura trans. A dica é optar por ingredientes como azeite de oliva extra-virgem e óleo de sementes ou de coco, com moderação.
Dica final
Você deve ter notado que moderação e equilíbrio são palavras que fazem parte do discurso de Lee Holmes. E a dica final segue a mesma linha. A nutricionista lembra que, para matar a vontade de atacar algumas guloseimas ou junk food não é preciso de muito. Algumas mordidas já podem ser suficientes e não vão fazer tão mal à saúde ou à dieta.