Já ouviu falar em fruta
light? Pois é, na semana passada a notícia de que uma empresa de alimentos espanhola está comercializando uma versão light de avocado
, uma variedade do nosso conhecido abacate, deu o que falar. Mas as frutas já não alimentos saudáveis, para que precisam de uma versão light?
Essa discussão tomou conta de diversos sites e jornais de fora do Brasil nos últimos dias. Segundo o site da empresa Isla Bonita, esse "avocado light" contém 30% menos de gordura em comparação a versão tradicional. A companhia também afirma que ele é cultivado de maneira totalmente natural em solos com características específicas na América Latina e que não fica escuro logo depois aberto, como o comum. Vale lembrar que o avocado, muito presente nos cardápios da Europa e dos Estados Unidos, mas também pode ser encontrado no Brasil. Ele é um pouco menor que o abacate que temos por aqui e também contém menos calorias.
Para muitos nutricionistas, o avocado é um ótimo alimento por ser fonte e de gorduras boas e, apesar de ainda ser considerado calórico, deve fazer parte da alimentação até de quem quer emagrecer por ser fonte também de 20 vitaminas, fibras e minerais.
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Vale a pena consumir a versão light?
Especialistas consultados pelo canal americano "CBS" estão divididos nessa questão. Há quem diga que é uma boa ideia, contanto que realmente se trate de um produto natural, como afirma o fabricante. "Enquanto o teor de gordura não for reduzido de 85% para 55% de forma artificial, pode ser uma boa alternativa para completar a torrada ou outras receitas de acordo com o propósito da dieta", afirma ao veículo a nutricionista Nancy Z. Farrell.
Já Nina Crowley, nutricionista e psicóloga da área da saúde da Medical University, da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, diz que esse tipo de avocado resulta em uma fruta com pouco sabor e sem a textura característica do tradicional.
Além disso, esse produto pode reforçar a ideia errada de que gordura faz mal ao organismo, como ressaltam outros especialistas ouvidos pela "CBS". Sim, há gorduras que realmente prejudicam a saúde, como as gorduras trans. O consumo excessivo desse item pode elevar os níveis de colesterol total e o ruim (LDL) e, com isso, colocar o coração em risco.
Por outro lado, há as gorduras boas que não devem ser riscadas do cardápio, como as poli-insaturadas , presentes em peixes, óleos vegetais e nozes, e as monoinsaturadas , que estão no azeite, no abacate e no avocado e em outros alimentos. Essas gorduras ajudam a reduzir o colesterol total e a fração e ainda podem contribuir para o emagrecimento.
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Como Nina, nutricionista da universidade norte-americana, comenta, a ideia de que se deve cortar gorduras é antiga e equivocada. "Quando se elimina ou reduz muito a quantidade de gordura, terá a disposição alimentos que não 'enchem' muito, ou seja, não terá a sensação de saciedade e vai acabar comendo mais", explica. Por isso o risco até de engordar.
Seja qual a alimento da sua dieta, como o abacate tradicional ou qualquer outro item, o segredo e equilibrio e moderação. Uma refeição balanceada - com carboidrato, proteína, fibra e gordura - conterá todos os nutrientes necessários e fará bem ao organismo, sem ser preciso invenções da moda ou cardápios de dietas malucas.