Quando o assunto é dieta, vire e mexe aparece um alimento da moda, um queridinho do momento. Há tempos, por exemplo, quem figura nesse posto é o óleo de coco. Ele é febre entre famosos e pessoas do mundo fitness, mas pode não ser tão benéfico quando se pensa.
Recentemente, um estudo, publicado pela Associação Cardíaca Americana, apontou que o óleo de coco
pode fazer tão mal para a saúde quanto a manteiga ou a gordura animal por causa da quantidade de gordura saturada que ele contém. Segundo a pesquisa, 82% da gordura do produto é satuarada. Para ter uma ideia, a taxa é maior que a da manteiga, com 63%, e da banha de porco, com 39%. E não é a primeira vez que cientistas e médicos alertam sobre o produto
.
Pensando nisso, o Delas conversou com duas especialistas, a nutróloga Ana Luisa Vilela e a nutricionista comportamental Patrícia Cruz, que analisaram combinações clássicas e queridinhos da dieta para sabermos quando devemos tomar cuidado com eles. Às vezes o que parece ser um grande aliado do emagrecimento pode trazer riscos para sua saúde.
1. Óleo de coco
Patrícia faz coro com os estudiosos da Associação Cardíaca Americana. "Ele é é fonte de gordura saturada e essa substância que tem forte correlação com doenças cardiovasculares. Como toda gordura saturada, só deve ser consumida com moderação", alerta.
Por mais que seja considerado um alimento funcional e apontado como um item que contribui para a queima de gordura , Patrícia não o recomenda, "por mais que em sua composição apresente o ácido graxo láurico". O risco relacionado a doenças cardiovasculares ainda é muito alto, na opinião da nutricionista.
Já a nutróloga Ana Luisa é mais maleável e diz que esse ácido graxo com o qual o óleo é composto é um bom indicativo. "Adicionado a dietas, o óleo aumenta a energia, equilibra os hormônios, estimula a glândula tireoide e aumenta a atividade do metabolismo", lista a médica.
A chave é moderação. Em quantidade pequena, o óleo pode trazer benefícios. Se houver exagero, resulta em ganho de peso, já que é calórico, e outros males.
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2. Suco verde
Esse é um clássico das blogueiras fitness e da casa de muita gente. Para Ana Luisa, ele pode ser consumido, contanto que se tome cuidado com a acidez, já que costuma levar limão no preparo. E é indicado como uma forma de incluir mais vegetais na dieta. "O lado bom é que este suco estimula o consumo de folhas verdes essenciais para a nutrição diária", afirma a nutróloga.
O problema está em pensar que o suco verde será milagroso e acabará com um gole com todas as toxinas ingeridas depois de um final de semana ou feriado prolongado. O erro, como explica Patrícia Cruz, está no rótulo "detox" que a bebida ganhou. "Pensar que o suco fará o detox é um grande mito. Quem é responsável por isso no corpo é o fígado", ressalta a nutricionista. A bebida tem, sim, nutrientes antioxidantes que auxiliam no equilíbrio do organismo, mas não necessariamente eliminam as toxinas.
Tendo claro qual a função do suco, ele é bem-vindo "em qualquer horário do dia e em qualquer situação, desde que a pessoa goste do sabor e que ela faça parte de alguma refeição, isto é, café da manhã, lanches intermediários", orienta Patrícia.
3. Chia
A semente caiu no gosto de quem faz dieta porque é conhecida por formar uma espécie de gel no estômago e, com isso, dar uma sensação maior de saciedade. Há quem sugira adicioná-la a frutas ou iogurtes para que fique satisfeito por mais tempo com o alimento.
Patrícia ainda lista outros benefícios da chia: é um cereal rico em fibras, gordura boa (ômega 3) e auxilia para o bom funcionamento do intestino e também no controle da dislipidemia (aumento da taxa de gordura no sangue).
Entretanto, também exige cuidados e, nesse ponto, ambas as profissionais concordam. A chia faz bem, mas é muito calórica. Cada colher de sopa apresenta, em média, 60 kcal. Portanto, o exagero pode resultar em um prato mais "gordo" do que o desejado.
4. Frango e batata doce
Essa dupla é quase sinômino de exercícios, principalmente aqueles pesados de musculação. Provavelmente você já viu alguma musa com sua marmita de frango com batata doce nas redes sociais. E sim, ela é ótima, na opinão das especialistas. Chegamos a um queridinho ideal das dietas.
"O frango é uma ótima fonte de proteínas sem grandes contra indicações e com pouca gordura, além de ter bom preço. A batata doce fornece energia sem picos glicêmicos, sendo assim ótima opção para o dia a dia", resume Ana Luisa. Lembrando que o ser um carboidrato de baixo índice glicêmico significa que é um alimento que fornece energia ao corpo sem gerar picos de açúcar no sangue e também de forma mais lenta. E vale evitar esses picos, porque eles podem resultar em acúmulo de gordura e também fazem com que se sinta fome mais rapidamente. Quanto maior o pico, menor a sensação de saciedade.
O problema é que até na dupla frango e batata doce as pessoas estão exagerando. "O maior erro, na minha opinião, é a forma como está sendo consumida, em qualquer horário do dia, como lanche da manhã ou depois da atividade física. Isso não é necessário. Essa é a combinação perfeita para refeições como almoço e jantar, somada a uma salada de folhas e legumes", afirma Patrícia.
Ela também indica variar o preparo: "Podemos elaborar e fazer o frango assado, grelhado, cozido com outros legumes. A batata doce também pode ser preparada não somente cozida, mas assada, como purê".
Bônus
Chá verde
Essa bebida já foi tema de diversas matérias do Delas e também já foi apontada por aí como a solução para o emagrecimento. A bebida contém cafeína e, por isso, é um termogênico, ou seja, ajuda a acelerar o metabolismo.
Entretanto, segue o mesmo caso do óleo de coco e de outros queridinhos: o excesso pode ter efeito contrário e fazer mal para a saúde. Em excesso, essa bebida é tóxica e pode causar hepatite grave . Se for consumi-la dê preferência para ingerir pela manhã ou durante o dia, já que a cafeína pode atrapalhar o sono, e em quantidade moderada. Na dúvida, tenha como base o café. O cafezinho tem o dobro da cafeína do chá verde e a recomendação é apenas 1 a 3 xícaras pequenas por dia.